BRASIL

“A democracia precisa ter alternância de poder”, diz Marina em sabatina

Rio de Janeiro, 11 de setembro – Em sabatina no jornal O Globo, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira, 11 de setembro, a candidata à Presidência pela Coligação Unidos pelo Brasil, Marina Silva, defendeu o fim da reeleição como base para a renovação do processo político democrático no Brasil. “A reeleição passou a ser um atraso para a política brasileira. Na democracia, é preciso que se tenha alternância de poder”, afirmou.

Acompanhada de seu candidato a vice, Beto Albuquerque, Marina explicou que cumprirá o mandato de quatro anos e enviará para o Congresso, dentro de um contexto de debate com a sociedade, um projeto de reforma política que inclua o fim da reeleição e a implementação de mandatos de cinco anos.

“Vamos dialogar com as propostas em tramitação para ter um projeto dos brasileiros, não apenas do governo ou do Congresso”, disse a candidata. “Quero deixar o governo tendo feito as reformas estratégicas para o País, a tributária e a política”.

Na entrevista, Marina respondeu a perguntas de jornalistas da publicação, que incluiu também temas como governabilidade, macroeconomia, energia e investimentos no pré-sal. A presidenciável reforçou sua posição de defesa da agenda da sustentabilidade, com a adoção de uma matriz energética diversificada, que contemple os combustíveis fósseis e renováveis, como a biomassa, o bagaço da cana-de-açúcar, a energia eólica e solar.

A candidata reforçou sua disposição em governar pautada pelo diálogo e pelo debate de ideias. “Sonho com uma governabilidade programática, que busca uma agenda estratégica para o País”, completou. Marina também lembrou do papel da sociedade no processo de renovação da política atual: “Espero que o Congresso também seja renovado, que o cidadão vote nos melhores de cada partido e aposente de vez os que estão lá somente para cuidar de seus interesses”.

Questionada se reduziria os investimentos no pré-sal, Marina reiterou sua posição de que se trata de boatos plantados por seus adversários e que manterá os investimentos no petróleo, sem prejuízo aos royalties dos Estados produtores. “Há uma campanha forte da distorção. Vamos explorar os recursos do pré-sal, vamos utilizar o dinheiro destinado para a saúde e a educação, e não em corrupção, como se vê hoje na Petrobras”, disse a candidata.

A presidenciável explicou ainda que seu Programa de Governo traz propostas viáveis para conciliar controle da inflação, redução das taxas de juros e retomada do crescimento, para que o Brasil reconquiste sua credibilidade internacional e viabilize mais e novos investimentos, conciliando com a eficiência no uso dos recursos públicos.

Marina destacou que, hoje, há muitos projetos no governo que, por falta de gestão estratégica, tornam-se fontes de desperdício do orçamento. “Temos de acabar com a corrupção e a ineficiência no setor público, para conseguir espaço fiscal para fazer os investimentos corretos em saúde, educação, segurança pública, e outras áreas”, pontuou Marina. Ela reforçou a proposta de criação do Conselho de Responsabilidade Fiscal, para acompanhar a gestão dos recursos públicos.

A candidata também reiterou seu compromisso com a implementação de políticas públicas de inclusão social por meio da cultura e do esporte, inclusive para pessoas com deficiência, e criticou a morosidade do atual governo na condução das obras para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. “Estamos com dificuldade, em função do andamento das obras necessárias que já deveriam ter sido realizadas, o que é motivo de preocupação para os brasileiros. Participei em Londres (sede das Olimpíadas de 2012) e vi o tamanho do investimento. O Brasil precisa se colocar no mundo à altura do seu povo”, finalizou.


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