BRASIL

Aeroviários pedem ajuda ao MPT contra apagão de mão de obra na Copa

A pouco mais de 100 dias da Copa do Mundo 2014, representantes de funcionários do setor aéreo e empresas de aviação civil ainda não chegaram a um acordo sobre se haverá mão de obra adicional para atender a demanda excedente nos aeroportos e nas aeronaves durante o Mundial.

Ontem (19), o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) – que representa trabalhadores em terra – pediu ajuda ao Ministério Público para obrigar as aéreas a compartilhar discussões sobre a readequação e contratação de mão de obra durante o evento. A entidade calcula que são necessários ao menos mais 4 mil empregados para que a operação não exija horas extras nem dupla jornada dos trabalhadores fixos.

Selma Balbino, diretora executiva do SNA, decidiu levar o pedido a Brasília por falta de mais informações das companhias. O último ofício enviado pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/Cut) ao Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea/Cut) pedia mais esclarecimentos sobre quando começariam as novas contratações para a Copa. Em resposta, o Snea se limitou a dizer que está “tomando as providências objetivando atender da melhor forma os passageiros”. Nenhuma data prevista nem número de contratados foram mencionados pelo sindicato patronal.

"Não nos responderam e isso só mostra o descaso e a arrogância desse sindicato perante uma questão tão sensível como essa”, reclama Selma, que dirige o sindicato representando 12 mil trabalhadores. “Diante dessa não-resposta que o Snea nos deu, só nos resta ir a Brasília buscar apoio”.

A preocupação da executiva tem a ver com o déficit de mão de obra nesse setor, mesmo durante baixa temporada – quando o número de passageiros é reduzido. Segundo o Sna, TAM e Gol demitiram 2,5 mil funcionários que operam em terra desde o começo de 2013.

“A demora para entrega das bagagens, descarregamento da aeronave, desembarque de passageiros, todos esses indicativos apontam claramente que falta mão de obra”, diz Celso Klafke, presidente da Fentac/Cut, que também encampa a causa.

No entanto, os problemas não têm se limitado a atrasos. Klafke explica que, devido ao número reduzido de empregados, a maior parte dos contratados está trabalhando além das 6 horas regulamentadas – isso quando não dobram a jornada de trabalho. “Em muitas funções, já virou rotina fazer ‘a dobra’ no dia a dia normal”, explica. “Na temporada, tem funcionário que chega a dormir no aeroporto para cumprir a jornada do dia seguinte.”

Procurado pelo iG, o Snea não disponibilizou porta-voz para comentar o assunto e, em nota oficial, informou que "todo o planejamento das operações referentes ao período de Copa do Mundo está sendo conduzido pelas companhias aéreas e submetido para o aval da agência reguladora do setor".

(do site iG) 


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