BRASIL

Aliado de Aécio e Anastasia desviou R$ 14 milhões para campanhas

Ex-presidente do PSDB de Minas Gerais, o ex-deputado Nárcio Rodrigues foi acusado por delatores da Operação Aequalis, deflagrada ontem, de liderar um esquema que desviou pelo menos R$ 14 milhões foram desviados das obras de construção da ‘Cidade das Águas’ de Frutal, no Triângulo Mineiro.

As investigações, lideradas pelo Ministério Público de Minas Gerais, motivaram seis prisões de políticos e empresários na manhã desta segunda-feira.

Segundo o MP, os desvios ocorreram entre 2012 e 2014 no estado, durante o governo de Antônio Anastasia, do PSDB, que é o relator do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado.

As fraudes tinham como objetivo levantar recursos para campanhas políticas no ano passado, segundo apontam as delações.

Ex-secretário de Ciência e Tecnologia de Anastasia, Nárcio Rodrigues é também muito próximo ao presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Na Operação, foram presos Neif Chala, ex-servidor da Sectes, Alexandre Pereira Horta, engenheiro do Departamento de Obras Públicas de Minas Gerais, Luciano Lourenço dos Reis, funcionário da CWP Engenharia Ltda e Maurílio Reis Bretas, sócio administrador da CWP. A operação prendeu também Hugo Alexandre Timóteo Murcho, que é diretor no Brasil da da multinacional portuguesa Yser e da empresa Biotev Biotecnologia Vegetal ltda. Além deles, o português Bernardo Ernesto Simões Moniz da Maia, presidente da Yser, já é considerado foragido da Justiça.

"Inventar culpados"

Ao ser questionado sobre sua prisão, Nárcio Rodrigues afirmou que o Brasil vive uma crise política e que, neste momento, é preciso "inventar culpados".

Ontem, o que viralizou na internet foi o voto do deputado Caio Nárcio (PSDB-MG), seu filho, durante a votação do impeachment na Câmara.

"Por um Brasil aonde meu pai e meu avô diziam que decência e honestidade não eram possibilidade, eram obrigação", disse Caio antes de votar a favor do impeachment. O deputado encerrou a fala com a citação: "Verás que um filho teu não foge à luta". Confira:

O atual governo de Minas, de Fernando Pimentel, do PT, também divulgou nota sobre o caso:

"A atual gestão iniciou, em fevereiro de 2015, trabalho de auditoria no projeto “Cidade das Águas”. Os procedimentos de auditoria abrangeram diversos Termos de Cooperação Técnica, convênios para transferência de recursos federais e outras parcerias, sendo todos firmados entre os anos de 2007 e 2014.

Os relatórios da auditoria foram encaminhados ao Ministério Público Estadual para as providências necessárias.

A Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior de MG encontra-se à inteira disposição de todos os órgãos de fiscalização para eventuais esclarecimentos que sejam de sua competência legal".

Da mesma forma, o PSDB-MG também se manifestou. Confira:

O PSDB-MG não conhece detalhes sobre a operação Aequalis deflagrada nessa segunda-feira pelo Ministério Público de Minas Gerais.

O partido defende que, havendo indícios de irregularidades, elas sejam investigadas pelos órgãos competentes e, em havendo comprovação de crime, eles sejam punidos.

Em relação ao Instituto Hidroex, informamos que foi um projeto aprovado em 2007 pela Unesco, tendo as obras iniciadas em 2011. Em 2014, as obras foram paralisadas e retomadas em 2016.


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