BRASIL

Aposta do comércio é de que vendas para o Dia das Crianças serão fracas

Estamos na Semana da Criança e a expectativa de vendas ainda continua baixa. A previsão do Sindicato dos Lojistas do Estado da Bahia (Sindlojas) é de um crescimento de apenas 1,5% em relação ao ano passado, o que é considerado bem pequeno. Para tentar aumentar o volume de vendas, o comércio varejista vai estar aberto no dia 12, feriado do Dia Das Crianças.
Para o presidente do Sindlojas, Paulo Mota, a desaceleração no volume de vendas se deve ao momento que o país atravessa: “Temos juros altos, a volta da inflação, greves, a oscilação no dólar, entre outros fatores. Os pais estão confusos e cautelosos”, analisa Mota. A previsão é pessimista também para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) que diz que até as vendas a prazo do comércio brasileiro, para o Dia da Criança passa por desaceleração e deve crescer apenas 4% em relação ao ano passado.
Segundo a CNDL e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), nos anos anteriores, as expansões foram de 4,85% (2012); 5,91% (2011) e de 8,50% (2010). “Se até o próximo dia 12, as expectativas se confirmarem, este será o pior resultado dos últimos três anos. Uma das razões – e talvez a principal delas – é a alta do dolar, que em agosto chegou a valer R$ 2,45, justamente no momento em que os varejistas do segmento infantil se preparavam para reforçar seus estoques de mercadorias”, comentou o presidente do CNDL, Roque Pellizzaro Júnior.
Promoção para motivar o consumidor
Na avaliação de Pellizzaro Junior, o mix de produtos infantis vem se transformando e, além dos tradicionais brinquedos, vários produtos eletrônicos foram incorporados às listas de presentes. Como boa parte desses produtos ou seus componentes são cotados na moeda estrangeira, os brinquedos este ano devem pesar mais no bolso do consumidor. Além disso, a inflação, que persiste em ficar acima do centro da meta estipulada pelo governo, reduz ainda mais o poder de compra do brasileiro.
“Se nos anos anteriores a criança ganhou dois ou três brinquedos, em 2013 a tendência é de que ganhe menos. Se os pais gastavam R$ 100 no presente do filho, talvez a solução este ano seja optar por um brinquedo um pouco mais barato”, afirma Pellizzaro Junior.
Para chamar a atenção dos consumidores e alavancar as vendas, 63% dos lojistas devem preparar alguma promoção ou estratégia específica para motivar o consumidor, entre elas, a promoção de produtos (69%), desconto para pagamento à vista (18%), distribuição e sorteio de prêmios (17%).
Em média o consumidor pretende presentear duas crianças com o valor aproximado de R$ 104,00 para cada uma, totalizando R$ 208,00 (ou seja, 4% a mais sobre o valor registrado no ano passado, que chegou a R$ 200). A pesquisa da CNDL foi realizada com 54% do público feminino e 46% masculino, com a faixa etária entre 26 a 45 anos (66%) e renda mensal de R$ 1.245,00 a R$ 3.110,00 (54%).
Os brinquedos continuam liderando a intenção de compras como o presente mais citado pelos consumidores (61%), seguido de roupas (39%) e calçados (10%). Segundo os comerciantes, 60% dos consumidores irão utilizar o parcelamento com o cartão de crédito como a principal forma de pagamento.


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