BRASIL

Atleta mirim será a primeira a receber Tocha Olímpica em São Luís

Personalidades do esporte e pessoas comuns de São Luís conduzirão a Tocha Olímpica pela capital no dia 12 de junho, passando por nove bairros e pelas mãos de 140 maranhenses. Foi também pelas mãos da maranhense Thaynara OG, uma das personalidades da internet mais conhecidas no país, que a tocha chegou ao Brasil, na última terça-feira, dia 13.

Uma dessas pessoas é a jogadora de futebol e futsal, de 12 anos, Jacqueline Maria Gomes Caldas, a primeira a conduzir a chama do esporte na cidade. Jacqueline faz o 5º ano do ensino fundamental e contou à nossa reportagem que está muito nervosa com a cerimônia. A atleta pratica futebol de campo três dias por semana em uma das escolas de futebol do projeto Movimento e Resgate, da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semdel). Foi através do projeto municipal que a menina foi indicada para a cerimônia.

“Coloquei a Jacqueline na escolinha de futebol aos sete anos. Ela já gostava de brincar de futebol com os meninos na rua, e um dia, passando pela escola, eu e a madrinha dela vimos meninas jogando e então decidi matricular ela”, contou a mãe, Jaciane Gomes Caldas.

“A Jacqueline é uma atleta promissora. Acompanhamos e desenvolvimento técnico dela, e isso foi importante para a escolha, além de ser uma menina com grande talento no futebol”, contou o treinador José Carlos Ribeiro. Ele disse ainda que, desde que entrou para o programa, Jacqueline, que é de uma família humilde e vinha tendo problemas na escola, recuperou notas. “Desde que entrou no projeto, ela nunca mais ficou reprovada”, comentou José Carlos.

“Estou nervosa, ainda não sei direito como vai ser, só sei que será em junho”, disse Jacqueline. A menina, que é fã das jogadoras Marta e Formiga, da Seleção Brasileira de Futebol, tem planos de seguir carreira no esporte. “Quero ser jogadora profissional de futebol quando crescer. Aqui no Maranhão sou fã do Pimentinha do Sampaio Corrêa, mas torço mesmo pelo Flamengo”, disse.

Na escola, as professoras contam que Jacqueline é muito calma e tímida, mas muito boa aluna. “Ela é ótima em matemática e foi muito bem nas provas para ingresso na escola, quando chegou aqui este ano”, contou a secretária da Escola São José, onde a atleta estuda, Ana Gracinda Rabelo. O gosto pela matéria foi confirmado por Jacqueline. “Minha matéria favorita”, completou.Bem tímida, a menina se solta apenas com ajuda da professora de Educação Física, Lúcia Lobato. “Quero postura e sorriso”, pediu sorrindo a professora ao grupo de meninas em quadra, entre elas a nossa personagem. A direção da escola disse, ainda, estar avaliando como levar para outros alunos um pouco da experiência que Jacqueline terá em junho.

A jovem contou que não acompanha muito esportes na TV, mesmo que goste tanto de jogar, mas ela lembra que isso muda em ano de Olimpíada. “Quando tem Olimpíada, não perco”. Jacqueline mora com a mãe e mais quatro irmãs no bairro Janaína. “Só uma das minhas irmãs fazia esporte. Ela jogava handebol, mas parou”, contou.

A tocha nas mãos de outros maranhenses

As histórias de vida de outros maranhenses até hoje anônimos também têm servido de inspiração para quem vai acompanhar o maior rito do esporte mundial. Pessoas como o Francisco Tavares Mendes, de Pindaré-Mirim, com história recordada no site do Bradesco, principal patrocinador da cerimônia de condução da Tocha no Brasil. Ele foi indicado pela filha, Franciane Mendes, que em depoimento destacou os ensinamentos do pai. “Me ensinou a acreditar na humanidade, vendo sempre o lado bom das pessoas. Eu indico meu pai pelas vezes que ele dormiu nos lagos, rios, igarapés, para quando amanhecer, eu e minha irmã tivéssemos o que comer”, contou.

Também conheceremos José Ribamar Soares Ribeiro, o Riba, professor de educação física na rede pública de ensino e ex-atleta. Nas palavras de Jaciara Monteiro, que o indicou para a tarefa, “além de ser um marido e pai dedicado, um excelente profissional que desenvolve trabalhos sociais voluntários com alunos de uma instituição e jovens carentes”.

Filhos de atletas veteranos, e que sonham em seguir os passos dos pais, estão entre os maranhenses que carregarão o símbolo olímpico. É assim com Emily Gonçalves Silva, filha do atleta de esporte no gelo Fábio Gonçalves Silva. Em seu depoimento, Gabriel Bacelar, que indicou Emily, conta que ela cresceu “em meio ao atletismo”, seu pai treinava com a Seleção Brasileira, “com Claudiney Quirino, André Domingos”. Emily é uma das muitas jovens no estado que sonham com uma Olimpíada, assim como “o sonho de seu pai sempre foi participar de uma”.

O Imparcial


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