BRASIL

Berzoini vê 2016 como ano econômico duro onde prioridade será ajuste fiscal

O ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, afirmou nesta terça-feira, 29, que 2016 será um "duro" do ponto de vista econômico e que a prioridade do governo será dar continuidade às medidas de ajuste das contas públicas.

"Ninguém pode esperar melhoras a partir de "espontaneísmo". A gente precisa reorganizar o orçamento do país, tratar do debate sobre Previdência Social, tratar do debate sobre a questão tributária, reabrir a pauta da reforma política, tentando encontrar consensos e adotar todas as medidas necessárias para retomar o crescimento", afirmou Berzoini em entrevista ao El País.

Questionado sobre a relação do governo com o PMDB, Berzoini afirmou que a maioria dos integrantes do partido com quem o governo tem conversado tem demostrado apoio ao governo.

"Quem tem responsabilidade política certamente olha para o cenário e vê quanto maior for a dispersão política, pior para o povo brasileiro. Quanto mais a gente construir acordos e entendimentos, melhor", afirmou. "O que interessa para o país se construir economicamente para os próximos seis, sete, oito anos, independentemente de quem seja o presidente. Não é para discutir quem vai estar governando ou não. 2016 é o ano para debatermos uma série de medidas estruturantes para que a economia brasileira se fortaleça", completou.

Sobre a alta do desemprego no Brasil, Berzoini afirmou que o crescimento deve ser encarado como parte de um contexto mundial. Ele citou como exemplo a situações de Espanha, Portugal e Argentina, que passaram por mudanças de governo. "Esse processo político que traduz as dificuldades econômicas tem de ser conduzido com sabedoria. Nós não podemos, diante de resultados negativos da economia, entrar em pânico ou tratar como se fosse algo isolado do Brasil. Toda a economia mundial passa por uma nova fase, um novo ciclo e os países que produzem commodities como o Brasil sofrem um pouco mais", afirmou.

Ricardo Berzoini disse também que a situação externa, entretanto, não poderá pautar as decisões do governo e exemplificou com o ex-presidente Lula. "Em 2007, o presidente Lula, também num cenário desafiador, lançou o PAC como uma forma de organizar as expectativas privadas em torno do investimento público. Esta é a hora da gente quebrar a cabeça para encontrar um outro caminho, com responsabilidade fiscal e observância às normas orçamentárias, que crie expectativa de crescimento. As pessoas querem respirar os ares do otimismo e não apenas ficar resignadas com o desemprego ou a queda de renda", afirmou.

Brasil 247 


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