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Buscas por voo desaparecido se expandem da Austrália ao Cazaquistão

As buscas pelo voo desaparecido da Malásia foram expandidas para os hemisférios norte e sul nesta segunda-feira (17). A Austrália assumiu a liderança das  Investigadores franceses, que emprestam seus conhecimentos a partir das buscas pelo jato da Air France que caiu no Oceano Atlântico em 2009 e durou dois anos, disseram que os comunicadores do Malaysian airliners foram deliberadamente cortados.

"É muito diferente do caso Air France. A situação da Malásia é muito mais difícil", disse Jean Paul Troadec, assessor especial de investigação de acidentes da aviação da França, em Kuala Lumpur.

Autoridades da Malásia disseram que o boeing com 239 pessoas foi propositadamente desviado da sua trajetória de voo – avião saiu de Kuala Lumpur com destino a Pequim no último dia 8 de março – e as suspeitas recaem sobre alguém com experiência em aviação, principalmente o piloto e o co-piloto.

A polícia malaia confiscou um simulador de voo da casa do piloto no sábado (15) e também foi a casa do co-piloto, no que o chefe da polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar, disse ter sido a primeira averiguação policial nos locais. O governo emitiu um comunicado nesta segunda-feira (17) contradizendo essa informação, dizendo que a polícia visitou pela primeira vez a casa dos pilotos em 9 de março, um dia após o desaparecimento do avião.

Investigadores não descartam sequestro ou sabotagem e estão verificando antecedentes de todos os 227 passageiros e dos 12 membros da tripulação, bem como a equipe de terra, para averiguar se há ligações com grupos terroristas, além de problemas pessoais ou psicológicos.

Confira fotos sobre o voo desaparecido
Mancha de óleo encontrada no fim de semana ao sul do Vietnã provou não ser de avião (9/3). Foto: AP
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Reviravolta: Desaparecimento de avião foi proposital, diz premiê da Malásia

O CEO da Malaysian Airlines, Ahmad Jauhari Yahya, disse em uma coletiva de imprensa nesta segunda que uma investigação inicial indica que o co-piloto, Fariq Abdul Hamid, foi quem proferiu as últimas palavras do voo – "Tudo bem, boa noite" – para os controladores em terra.

Funcionários anteriormente haviam dito que essa última comunicação havia acontecido no momento em que um dos sistemas de comunicação de dados do jetliner foi desligado, o que aguçou as suspeitas de que um ou ambos os pilotos poderiam estar envolvidos no desaparecimento do avião. Ao que tudo indica, quem falou as palavras estava enganando o controle de solo. No entanto, não está claro se o sistema poderia ter sido desligado por um dos pilotos – ou outra pessoa – sem o conhecimento do outro piloto.

O governo da Malásia, porém, enviou telegramas diplomáticos a todos os países envolvidos nas buscas, pedindo dados de radar que possam ajudar a esclarecer esse mistério. Cerca de 26 países estão envolvidos nas buscas, que inicialmente focava nos mares de ambos os lados da península da Malásia – o Mar do Sul da China e o Estreito de Malaca.

No último final de semana, o primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, anunciou que satélite captou um sinal fraco da aeronave desaparecida cerca de 7 horas e meia após sua decolagem. O sinal indicou que o avião estaria em algum lugar do vasto arco que se estende entre o Cazaquistão até a parte sul do Oceano Índico.

O ministro da Defesa malaia, Hishammuddin Hussein, anunciou nesta segunda que as buscas por ambos os trechos – norte e sul – do arco havia começado, com os países da Austrália até o Cazaquistão aderindo à caçada.

Caso o avião tenha ido ao noroeste da Ásia Central, poderia ter atravessado países com espaço aéreo ocupado, e alguns especialistas acreditam que a pessoa que controlava a aeronave nesse momento teria escolhido ir para o sul. No entanto, as autoridades continuam investigando ao norte e estão esperando por dados de radar que possam confirmar ou informar o trajeto da aeronave.

O corredor de buscas ao norte atravessa países como a China, Índia e Paquistão – todos têm indicado que nenhum sinal do avião foi capturado até agora.


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