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Camaleônico e genial, David Bowie foi o maior artista de sua geração

O cantor britânico David Bowie morreu de câncer no domingo (10), aos 69 anos

Os fãs de David Bowie estavam felizes com o começo de 2016 e com tudo que o cantor tinha feito nos últimos meses. Em 2015, o britânico trabalhou na produção da peça “Lazarus” e em seu 25º álbum, “Blackstar”, lançado no dia de seu 69º aniversário, nessa sexta-feira (8). Como se fosse uma espécie de missão no planeta e nas nossas vidas, ao melhor estilo de “O Homem Que Caiu na Terra”, Bowie só se permitiu perder a batalha contra o câncer, nesta segunda-feira (11), após finalizar todos seus projetos.

Conhecido como o “camaleão do rock”, o cantor guardou surpresas até seu último suspiro. Não só porque poucos sabiam que ele tratava de um câncer há um ano e meio, mas porque Bowie surpreendeu de novo em “Blackstar”. Com um disco dramático, com sons experimentais misturados ao glam rock que marcou seus mais de 50 anos de carreira e 140 milhões de álbuns vendidos nos EUA, o britânico se reiventou mais uma vez.


O primeiro hit do britânico foi um de seus maiores, “Space Oddity”, de 1969, e já mostrava a característica cameleônica do artista: a música só veio depois de Bowie se aventurar em uma banda de rock primitivo e outra de R&B.David Bowie era o raro caso de um artista que envelhecia sem perder a relevância, mas era o que podia ser esperado de um showman que ditava tendências e mudava seu som, seu visual e seu estilo sem o menor medo de ousar.

Mas foi na década de 1970 que o trabalho de David Bowie começou a ganhar mais relevância. Com o personagem andrógeno Ziggy Stardust, o britânico chocava com seu visual e encantava com sua música. Com o cabelo ruivo, os olhos cada um de uma cor e suas roupas excêntricas, o artista emplacou hits como “Starman” e lançou o álbum “Alladin Sane”, com uma das capas mais icônicas de todos os tempos, em que aparecia com um raio maquiado no rosto.

Mais do que um expoente do glam rock, David Bowie se tornou um ícone da cultura pop nos anos 1970, década em que viveu sua fase mais criativa: ele chegou a lançar mais de um álbum por ano, com influências que passavam até pelo funk e soul que estavam despontando nos Estados Unidos.

No fim da década, o cantor trocou a Inglaterra por Nova York, e depois por Berlim. Na Alemanha, Bowie estreitou sua amizade com Iggy Pop e Brian Eno, o que o ajudou a produzir a música “Heroes”, a mais conhecida de sua carreira.

Uma das características mais interessantes do trabalho de David Bowie era a capacidade que o artista tinha de somar influências. Ele chegou à década de 1980 com o glam rock, as influências de soul music e os sintetizadores de Brian Eno, e juntou isso tudo a uma parceria com o Queen, que rendeu o hit “Under Pressure”. Depois, foi a vez de trabalhar com Nile Rodgers, do Chic, para produzir “Let’s Dance”, em 1983.

 

Reprodução

"Heroes" é um dos álbuns mais famosos de David Bowie

 

Enquanto escrevia seu nome para sempre como um dos maiores músicos de todos os tempos, David Bowie expandia sua arte para outras áreas. Além de ícone da moda, o cantor passou a protagonizar filmes e escrever roteiros. Em 1976, ele estrelou “O Homem Que Caiu Na Terra”, longa que inspirou um de seus últimos trabalhos, a peça “Lazarus”. Seu último papel de destaque no cinema foi o de Nikolas Tesla em “O Grande Truque”, filme de 2006.

Apesar do sucesso, o estilo de vida excêntrico e intenso do músico atrapalhou sua vida pessoal. Foi isso o que o fez se divorciar de sua esposa Angie Bowie, em 1980. Ele só voltaria a se casar em 1992, com a modelo somali Iman, com quem o cantor ficou até sua morte. Nesse tempo, ele teve dois filhos: Duncan Jones, em 1971, e Alexandria Zahra Jones, em 2000.

Durante os anos 1990 e 2000, Bowie se dedicou a experimentar cada vez mais em sua música. Até por isso, o cantor nunca repetiu o sucesso comercial das décadas de 1970 e 1980 e não produziu grandes hits.

Em 2013, o britânico voltou a fazer barulho na cultura pop. Com o álbum “The Next Day”, o primeiro em 10 anos, Bowie recuperou o fôlego e viu “Where Are We Now?” se tornar seu primeiro hit em 20 anos.

Completando sua missão na Terra, o homem do espaço deixou “Blackstar” de presente para os fãs em seu último aniversário: um álbum inesperado e inovador como toda a carreira de David Bowie, o artista mais inovador e genial de sua geração.

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