INTERNACIONAL

China condena jornalista a sete anos de prisão por revelar segredos de Estado

A China condenou uma importante jornalista a sete anos de prisão nesta sexta-feira (17), apesar dos protestos dos advogados de defesa e das organizações de defesa dos Direitos Humanos. Intelectual reconhecida internacionalmente, Gao Yu, de 71 anos, foi acusada por Pequim de ter revelado "informações secretas de Estado".

A audiência durou quatro horas. Gao Yu rejeitou todas as acusações e se declarou inocente. Além dos sete anos de prisão, a sentença inclui também a privação de seus direitos políticos.

Segundo o advogado da jornalista, Mo Shaoping, ela deve recorrer da decisão. "Tenho o sentimento de que a corte não levou em conta os fatos e as provas, o que resultou em um veredito incorreto", indicou.

Documento do Partido Comunista

Gao Yu, presa no ano passado, foi processada por ter enviado a um site estrangeiro um documento interno do Partido Comunista chinês. Após sua detenção, a televisão estatal chinesa veiculou um vídeo onde a jornalista se confessa culpada pela revelação de segredos de Estado.

Segundo o advogado de Gao Yu, a confissão foi feita sob ameaças do governo chinês. Caso se recusasse a obedecer, Pequim poderia prender o filho da jornalista.

Gao Yu, que trabalhou para a mídia do Estado durante sua carreira, apoiou o movimento pró-democracia da praça Tiananmen, em 1989. Ela já havia sido condenada a seis anos de prisão, em 1993, por ter divulgado informações secretas.

Ongs expressam preocupação

As ongs de defesa de direitos humanos expressaram sua preocupação com a prisão da intelectual. "Essa é uma censura grave contra as ideias liberais e reformistas", declarou a Human Rights Watch.

O primeiro secretário da delegação da União Europeia na China, Raphael Droszewski, também criticou a detenção de Gao Yu. "A condenação aumenta a nossa preocupação sobre a situação dos defensores dos direitos humanos na China, inclusive advogados e jornalistas".

De acordo com o Comitê internacional de Proteção dos Jornalistas (CPJ), a China mantém 44 jornalistas presos atualmente.

 

RFI


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