PARAÍBA

Com 100 mil motos nas ruas, Campina Grande é a capital das duas rodas

Por necessidade ou capricho, o campinense ama as duas rodas. Tanto que a cidade do Agreste paraibano atingiu neste início de dezembro a marca histórica de uma frota de 100 mil motos. Desde a última segunda-feira (4), segundo o próprio Detran-PB, 100.027 já circulavam na região metropolitana da Rainha da Borborema. Trata-se de um recorde que coloca a cidade paraibana e os 18 municípios do seu entorno na 24ª colocação nacional neste tipo de veículo, seguindo as estatísticas da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) de 2017.

Se for levado em conta apenas Campina Grande, a proporção é agora de uma moto para cada 4,1 moradores. No Brasil, a média é quase o dobro: 7,86. Tanta moto na rua afeta o trânsito e o transporte público.

De acordo com o levantamento da CNM, no ano passado Campina Grande já figurava em 43º lugar no ranking nacional de número de motos, incluindo capitais como São Paulo. Entre as 197 cidades do estado, só perde para a capital João Pessoa em números absolutos, mas lidera entre os municípios que têm mais motos do que veículos cadastrados no Departamento de Trânsito da Paraíba.

O que chama a atenção nos números oficiais é a quantidade de motos que circulam com algum tipo de irregularidade: mais da metade delas. São 58.243 com algum tipo de pendência no Detran. Isso envolve tanto os donos da motocicleta mais utilizada, a de 125 cilindradas (41.604 veículos), até os das possantes acima de 400 cilindradas, que podem custar mais de R$ 30 mil e atingir mais de 200 quilômetros por hora (33 veículos). Mais baratas, as cinquentinhas representam 6.348 unidades da frota de Campina Grande.

Somente em número de mototaxistas cadastrados, Campina Grande tem um exército de mil pessoas com colete amarelo transportando passageiros e encomendas. Mas há ainda os que se aventuram por conta própria. “Comprei minha moto há cerca de dez anos. Este é o meu primeiro veículo, uma Suzuki 125 cilindradas. Minha vida mudou. Ganhei rapidez na minha locomoção e gasto pouco mais do que quando andava de ônibus. Levando em consideração o conforto, foi um bom negócio. E tem mais: só consegui um emprego de carteira assinada por causa da minha motocicleta” confessa Renato Hugo, 29 anos, que é vendedor e atualmente está desempregado.

“Eu tinha dois empregos e ainda estava dando para manter um carro. Mas acabei saindo de um deles e minha solução foi comprar uma moto mesmo. Ela é mais barata em todos os fatores. É aquele negócio: tenho medo de acidente, mas ela (moto) acaba sendo mais em conta”, conta o funcionário público Henrique Epifânio, de 41 anos, um entre os 100 mil motociclistas que se espremem entre carros e deram adeus aos ônibus.


Por Portal OP


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