ARQUIVO NORDESTE

Comércio de Alagoas pode fechar novamente, alerta Renan Filho

O comércio de Alagoas pode fechar novamente. O alerta foi feito em vídeo produzido pelo governo de Alagoas Renan Filho que reforça a a necessidade de cumprimento das regras de distanciamento social no Estado pela população e, especialmente, por estabelecimentos comerciais.

“Se você não fizer a sua parte e o número de infectados e doentes voltar a crescer, o governo do Estado não terá outra alternativa a não ser fechar o comércio novamente”, diz trecho da mensagem.

No vídeo, o “recado” é dado por médicos infectologistas conhecidos, todos com atuação destacada na linha de frente de combate ao novo coronavírus em Alagoas. Eles alertam que a pandemia continua provocando internações e mortes no Estado, apesar da aparente normalidade: “as aglomerações, a recusa em usar máscara, o relaxamento das medidas preventivas, não tem justificativa”, diz outro trecho do vídeo.

E se o recado for mesmo pra valer, a partir da próxima semana, Maceió pode retroceder para a fase laranja e Alagoas para a fase vermelha. Os últimos números da pandemia apontam nessa direção.

E tanto o governador Renan Filho, quanto o secretário de Saúde do Estado, Alexandre Ayres, já disseram em diferentes ocasiões que o governo pode “retroceder” nas fases da pandemia – se for necessário.

Se o novo decreto de distanciamento social, previsto para o próximo dia 15, fosse editado hoje, o governo provavelmente manteria do jeito que está, apertando as regras ou – o que seria mais recomendável pela ciência – retrocederia um passo no programa de flexibilização.

Isto porque o número de novos casos voltou a crescer fortemente desde a reabertura de bares, restaurantes e shoppings não só na capital, mas em todo o Estado.

Na média móvel de 7 dias, o número de novos casos diários em Maceió saltou 65% em duas semanas, de 137 no dia 23 de julho para 227 novos casos em 5 de agosto. Em todo o Estado o aumento foi ainda maior, chegando a 72%. Em igual período, o número diário de casos saltou de 545 para 939.

O que pode se esperar, depois disso, é um aumento de doentes, da procura por hospitais e de óbitos. Há, no entanto, um importante atenuante: os leitos exclusivos para tratamento de Covid-19 em Alagoas seguem com baixa ocupação. No boletim de regulação de leitos (veja aqui) desta quarta-feira (5), a ocupação geral dos 1.326 leitos era de apenas 31%, enquanto a ocupação dos 281 leitos de UTI chegava a 55%.

Descontrole

O boletim do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 (veja aqui) aponta para um “descontrole da transmissão do vírus e aumento de novos casos” no Estado. O estudo, elaborado por uma equipe de pesquisadores nas áreas de matemática, epidemiologia, nutrição, ciência social e economia, vinculados ao Núcleo de Bioestatística em Saúde e Nutrição (Fanut) da Universidade Federal de Alagoas, foi divulgado na segunda-feira (03) e revela que houve aumento de novos casos em todo do Estado.

O novo boletim revela que na 31ª Semana Epidemiológica (SE), referente aos dias entre 26 de julho e 1º de agosto, foi registrado o segundo maior número de casos de infectados no Estado, desde o início da pandemia.

“Ao longo da 31ª SE tivemos um aumento de 22% no número de novos casos de infecção pelo novo coronavírus em relação ao período anterior”, destaca o boletim, indicando que a maior alta havia sido registrada na 25ª Semana Epidemiológica, no final do mês de junho.


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