POLÍTICA

CPI da Petrobras aprova convocação de José Dirceu

Diante da negativa dos depoentes em falar, a CPI da Petrobras interrompeu a audiência pública e decidiu votar requerimentos nesta quinta-feira 27. Foi aprovada a convocação de sete pessoas, entre as quais o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu; o presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht; e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Jorge Zelada.

Os requerimentos foram votados para que a comissão possa ouvir presos que ainda não tinham convocação aprovada em sessão marcada para a semana que vem, em Curitiba (PR).

São estes os novos convocados pela CPI:

JOSÉ DIRCEU

O ex-ministro da Casa Civil foi acusado pelo empresário Milton Pascowitch de receber propina de empresas contratadas pela Petrobras. Segundo a acusação, o dinheiro era proveniente de contratos firmados pelas empresas Hope e Apolo com a Petrobras.

A propina seria intermediada inicialmente por Júlio Camargo, que representava várias empresas junto à Petrobras, e depois por Pascowitch, que acusou Dirceu de receber 1,5% do valor dos contratos da Hope com a Petrobras.

Pascowitch disse ainda que outra empresa, a Personal, que fornece mão-de-obra terceirizada para limpeza da Petrobras, pagava mensalmente entre R$ 500 mil e R$ 800 mil ao grupo de Dirceu. O delator também afirmou que uma obra da Petrobras teve sobrevalor só para que houvesse recursos suficientes para repassar a Dirceu.

JORGE ZELADA

Zelada foi o sucessor de Nestor Cerveró, também preso pela Operação Lava Jato, na Petrobras. Ele comandou a diretoria Internacional entre 2008 e 2012 e entrou na lista dos investigados pela Operação Lava Jato após ser citado em depoimentos de delações premiadas firmadas por outros suspeitos.

Em depoimento à Justiça Federal, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro, disse que Zelada era um dos beneficiários do esquema de corrupção.

O ex-gerente de Serviço da Petrobras Pedro Barusco afirmou que Zelada foi beneficiado à época em que era gerente geral de obras da Diretoria de Engenharia e Serviços. Todavia, Barusco não soube informar se Zelada continuou a receber vantagens indevidas no cargo de diretor da área Internacional.

CELSO ARARIPE DE OLIVEIRA

Ex-gerente de empreendimentos da Petrobras, foi acusado pelo Ministério Público de receber propina da empreiteira Odebrecht em troca da construção da sede da estatal em Vitória (ES). De acordo com a denúncia, o consórcio responsável pela obra, liderado pelo grupo Odebrecht, simulou contratação de empresa de consultoria para enviar ao engenheiro e a familiares dele R$ 1,4 milhão em propina. Parte do montante teria sida depositado em contas de parentes do engenheiro.

FERNANDO GUIMARÃES HOURNEAUX DE MOURA

Apontado pela Polícia Federal como representante do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, na Petrobras. Segundo o Ministério Público, foi ele quem indicou Renato Duque para a diretoria de Serviços da estatal.
Foi acusado por Milton Pascowitch de ter usado três filhos, um irmão e um sobrinho para receber R$ 5,3 milhões em propina de contrato de obras da Unidade de Tratamento de Gás Natural de Cacimbas, em Linhares (ES).

CÉSAR RAMOS ROCHA e MÁRCIO FARIA

Ambos são executivos da Odebrecht. A Polícia Federal prendeu oito executivos da construtora, inclusive o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht. A empreiteira é suspeita de pagar propinas de mais de R$ 500 milhões a diretores da Petrobras e agentes políticos em troca de contratos com a estatal.

ELTON NEGRÃO DE AZEVEDO

Executivo da empreiteira Andrade Gutierrez, preso na 14ª fase da Operação Lava Jato.

Executivos da Arxo Industrial permanecem calados na CPI

O primeiro executivo da empresa Arxo Industrial convocado para prestar depoimento à CPI da Petrobras, Gilson Pereira, disse aos deputados que optaria por seu direito constitucional de permanecer calado.

Ele e outros dois diretores da empresa, João Gualberto Pereira e Sérgio Maçaneiro, obtiveram no Supremo Tribunal Federal habeas corpus que dá a eles o direito de permanecerem calados na audiência.

"Diante disso, peço a dispensa do depoente", disse o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI. "Isso é frustrante para a CPI e o senhor está perdendo a oportunidade de se defender", disse o deputado Altineu Cortes (PR-RJ), um dos sub-relatores da comissão.

Os três executivos foram presos pela Polícia Federal na nona fase da Operação Lava Jato, acusados de pagar propina a funcionários da BR Distribuidora em troca de informações privilegiadas.

A Arxo fabrica tanques de combustíveis e tinha um contrato de R$ 85 milhões com a BR Distribuidora. Os deputados começaram a fazer perguntas a Pereira, mas ele repetiu que não iria responder.

O segundo executivo da empresa Arxo Industrial convocado para prestar depoimento à CPI da Petrobras, João Gualberto Pereira, também decidiu optar por seu direito constitucional de permanecer calado e, por isso, foi dispensado de depor.

Depois de votar os requerimentos de convocação de sete depoentes, a CPI tentou ouvir Sérgio Maçaneiro, um dos três executivos da empresa Arxo Industrial. A exemplo dos outros dois, ele disse que não iria responder as perguntas dos deputados.

Brasil 247


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