BRASIL

CPI de Crimes Cibernéticos se transforma em palanque anti-Dilma e pró-Cunha

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Crimes Cibernéticos passou a ser um palanque privilegiado dos defensores do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e dos movimentos que pedem a saída do cargo da presidente Dilma Rousseff, por meio de impeachment.

Entre os movimentos presentes à CPI estão o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Revoltados Online, que assinam o pedido de impeachment encabeçado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaina Pachoal e entregue ao presidente da Câmara na semana passada.

Em relação a Cunha, acusado formalmente de corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros crimes no âmbito da Operação Lava Jato, esses movimentos adotam uma postura de apoio.

O comando da CPI é da deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), aliada de primeira hora de Cunha e indicada por ele para a função.

Na semana passada, a sessão destinada a ouvir o coordenador do MBL, Rubens Alberto Gatti Nunes, se transformou em uma sessão de elogios por parte de aliados de Cunha ao movimento para a saída de Dilma.

Foi durante o depoimento de Nunes que aliados de Cunha se revezaram com o objetivo de defender sua permanência no cargo, em uma defesa atrapalhada feita pelo deputado Laerte Bessa (PR-DF).

“Eu acredito no presidente da Casa que toma providências sérias aqui. Ele é ladrão, mas antes dele ser ladrão tem muito ladrão por trás dele”, disse o deputado.

Bessa, que também pertence à bancada de Cunha, disse que ele deverá acatar o pedido de impeachment da presidenta Dilma. Ao ser criticado por um advogado convidado pela CPI, o deputado se exaltou e jogou um copo de água no rosto do advogado, deixando a CPI em seguida.

Não houve por parte da presidência da CPI nenhuma atitude de repreensão ao deputado. Houve, por parte de aliados de Dilma, reclamações diante da omissão do comando da CPI. “Hoje é um copo d'água; amanhã é, novamente, uma bala?”, questionou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

Ao lado da CPI do BNDES, a CPI dos Crimes Cibernéticos foi criada por Cunha em meio a pressões sobre o governo, na medida em que anunciava seu rompimento com Dilma e acusava o Planalto de não barrar as investigações contra ele no âmbito do esquema de corrupção instalado na Petrobras.

A CPI já chamou o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Edinho Silva, se tornando espaço para cobrar explicações sobre as contas da campanha da presidente Dilma Rousseff.

Além disso, outro convocado pela CPI foi o dono do perfil “Dilma Bolada”, Jefferson Ribeiro, que teria recebido recursos da campanha e, recentemente, rompido com o Planalto.

IG


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