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Crise chega às ladeiras: casarões de Olinda ainda esperam hóspedes

Procurados por empresas e grandes grupos de turistas, os casarões do Sítio Histórico de Olinda são pontos certos para quem pretende visitar o carnaval de perto. No entanto, a crise financeira agravada no final deste ano deve intensificar a multidão nas ladeiras e deixar alguns imóveis de portas fechadas. As casas históricas localizadas em ruas que são referência na folia costumam ter os contratos fechados até um ano antes, mas não é preciso andar muito para perceber que ainda existem várias placas com ofertas na cidade alta. A procura com antecedência acontece principalmente para quem deseja parcelar os valores, que costumam passar dos 10 mil.
"A procura caiu em torno de quarenta porcento nesse ano, mas já venho sentindo sintomas há dois anos. Geralmente nesta época já tínhamos fechado negócio", compara o artesão Enoque José da Silva, 51 anos. Ele aluga uma casa com dois andares na rua São Bento, onde fica a Secretaria de Governo. O primeiro piso tem dois quartos, dois banheiros e dois salões, já o térreo abriga a cozinha com eletrodomésticos, um banheiro e mais dois quartos. Segundo Enoque a capacidade é para 60 pessoas. O aluguel chega a 25 mil.
O casal que mora no número 292 da rua do Bonfim, um dos pontos de mais aglomeração, já diminuiu a oferta para conseguir o aluguel da casa com três salas e dois quartos. O valor passou para 13 mil durante os quatro dias e pode ser divido por até 15 pessoas que ocuparem o espaço.

A preferência era de receber apenas famílias, mas percebendo a dificuldade o proprietário Carlos Alberto, 65, preferiu mudar a exigência e facilitar a negociação e aceita grupos de até 15 pessoas. O acordo é feito por contrato para assegurar que a casa estará do mesmo jeito que foi entregue. "Deixamos alguns móveis principalmente geladeira, microondas e fogão. O resto nós guardamos em outra casa", conta Alberto que vai aproveitar os dias de folga para viajar com a esposa.

Somente na rua Prudente de Morais, também no Carmo, próximo aos Quatro Cantos e do Mercado da Ribeira, é possível encontrar mais três opções de espaços para aproveitar o carnaval de perto. A administradora Ticiane Didier, 36, conta que os espaços eram garantidos há cinco anos seguidos para empresas que, até o momento, não deram sinal de interesse. "Apenas uma casa já está alugada. As outras têm uma proposta mais diferenciada, pois se trata de locais day use, para eventos e receptivos com capacidade para 200 pessoas, mas ainda procuramos interessados", diz.
 


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