ARQUIVO NORDESTE

Decisão da Azul por Recife reforça hub da TAM para Fortaleza

A Azul Linhas Aéreas escolheu Recife (PE) para seu hub regional a ser instalado ainda em 2016. Especialistas ouvidos pelo O POVO afirmam que isso é um ponto positivo para a TAM optar por Fortaleza para o seu centro de distribuição de voos. A Capital cearense disputa o empreendimento com Natal (RN) e o próprio Recife.

Para Carlos Grotta, especialista em transporte aéreo e infraestrutura aeroportuária do Centro Paula Souza, em Guarulhos, são vários os fatores de decisão, mas o anúncio da Azul tende a influenciar na decisão da TAM.

“Levar um outro hub para o mesmo aeroporto pode criar uma situação de estrangulamento de infraestrutura, permanência de aeronaves, portões de embarque… e sofrer um desgaste de superlotação. Mas tudo isso é uma questão de avaliação de longo prazo”, ressalta.

Grotta reforça que não há uma demonstração de superioridade entre essas três cidades para a escolha da Azul. “Mas a TAM pode ter dado um sinal que queria Fortaleza ou Natal. Então, para não competir com ela, a Azul fez o seu anúncio”, reforçou.

Adalberto Febeliano, professor de economia do transporte aéreo e de planejamento do transporte aéreo, licenciado da Faculdade Anhembi Morumbi, de São Paulo, analisa que o anúncio do hub da Azul traz vantagens às outras duas cidades, mas faz ressalvas.

Para ele, a decisão pode ter sido geográfica, pois a Azul tem aeronaves com características mais nacionais e regionais. Nesse caso, afirma, o valor de Recife é maior.

“Não é impeditivo ter mais de um hub operando em um aeroporto. A TAM tem mais interesse em voos internacionais, enquanto a Azul é mais importante do ponto de vista doméstico”.

No entanto, Febeliano, que já prestou serviço para a Azul, destaca que Natal e Fortaleza podem ficar mais agressivas e colocar em jogo outros fatores nesse momento. “O grande desafio de Recife é gerenciar o crescimento, porque em Recife é um problema. Em Fortaleza poderá ser um problema em longo prazo”.

Decolagens aumentam

A proposta da Azul é que, a partir de fevereiro, o número de cidades ligadas a Pernambuco por voos seja dobrado. Atualmente, liga o Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre a 12 cidades, com 24 decolagens diárias. Vai estender a 32 decolagens diárias em 24 bases. A companhia opera uma média de oito decolagens saídas do aeroporto de Fortaleza por dia.“Com os novos voos, a Azul intensifica suas operações no Recife, ampliando voos regionais e entre as capitais nordestinas, mas não considera o aeroporto como um hub”, diz em nota. Os dois grandes hubs da Azul estão em Campinas (SP) e Belo Horizonte (MG), onde há decolagens para mais de 50 e 40 cidades, em voos diretos, respectivamente.

Turismo no Nordeste

“Hub Nordeste da TAM o Ceará já tem”, aposta o secretário de Turismo do Ceará, Arialdo Pinho. “Temos em média 56 voos diários da TAM e com aviões grandes (modelo) A320 (com) 180 passageiros e (modelo) A321 (com) 220 passageiros. Azul tem limitador de equipamento atualmente, que são de pequeno porte, já que as aeronaves têm média 115 lugares”. Ainda segundo ele, o Estado está concentrado na luta de centro de conexões internacional, que será acrescido de mais 64 voos nacionais e 12 voos internacionais por dia.

Andreh Jonathas/Camila Holanda
O Povo


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