BRASIL

Denúncias pressionam STF a acabar com financiamento privado

Além de pressionar o Executivo e o Legislativo, as denúncias contra ex-dirigentes da Petrobras e o doleiro Alberto Youssef aumentam também a cobrança sobre o Supremo Tribunal Federal. Mensagens interceptadas pela Polícia Federal, reveladas pelo jornal O Estado de S.Paulo, mostram Youssef como um intermediário de doações de campanha de fornecedores da empresa para políticos e diretórios do PP e do PMDB, partidos da base aliada com influência dentro da Petrobras. O ex-diretor Paulo Roberto da Costa, preso pela PF, seria ligado aos dois partidos. O dinheiro rastreado até agora, no entanto, não irrigava o caixa dois de nenhuma campanha. Eram valores declarados na prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral. Ou seja, as doações são legais do ponto de vista formal.

As suspeitas se concentram no modo como os referidos recursos foram obtidos. A constatação derruba um dos argumentos contrários à ação direta de inconstitucionalidade (Adin) proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil e ao projeto sob relatoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR) para acabar com a doação de pessoa jurídica para campanhas eleitorais. Para os críticos, a medida seria ineficiente no combate à corrupção, pois a relação entre políticos e empresários para o financiamento de campanha envolveria doações ilegais. A votação da Adin está parada no Supremo Tribunal Federal por causa de um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes, depois de seis colegas votarem pelo fim das doações por empresas. Se nenhum deles recuar, a maioria – o plenário é formado por onze ministros – já está garantida. Aprovada, a restrição valeria neste ano.

Falta de hábito

A eventual restrição às doações de empresas para a eleição deste ano preocupa inclusive os políticos favoráveis à medida. Ainda mais os que veem a proibição como benéfica ao PT, por causa do sucesso da arrecadação para o pagamento das multas impostas aos condenados do mensalão.

Suplicy: aviso soprado pelo vento

Pessoas ligadas ao senador Eduardo Suplicy (PT-SP) creem que o movimento petista contrário à candidatura dele à reeleição segue vivo. Depois de três mandatos, ele sofre resistências de dirigentes, por ser visto como “independente”. Agora, a questão seria prática. De olho em uma coligação ampla, Lula estaria motivando o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (PSD) a se candidatar ao Senado para fortalecer a campanha de Alexandre Padilha ao governo paulista. Para o plano dar certo, segundo essa tese, precisaria convencer também ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) a desistir de disputar o Palácio dos Bandeirantes.

Reconduzido com o apoio de um antigo rival

Vencedor da eleição de sábado para procurador-geral de Justiça de São Paulo, Márcio Elias Rosa foi reconduzido ao cargo pelo governador Geraldo Alckmin. Presidente da entidade que reúne os promotores, Felipe Locke enviou uma carta a Alckmin defendendo a posse do mais votado. Na eleição passada, Locke liderou a lista tríplice, mas Alckmin preferiu Rosa.

Candidato de direita disputará com Skaf

Polêmico, o advogado e ex-delegado de polícia Fernando Fantauzzi, que se diz de extrema-direita, se lançou como pré-candidato a governador pelo PMDB em São Paulo. Pretende disputar a indicação no partido com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Fantauzzi foi secretário de Planejamento da Prefeitura de São Paulo (na gestão do prefeito interino Regis de Oliveira) e assessorou Fernando Collor e o ex-prefeito de Osasco Francisco Rossi. Em 2000, teve seu envolvido num atentado contra o empresário Georges Gazale.

João Lyra, governador de Pernambuco (PSB), sobre sua relação com a presidente Dilma Rousseff e o governo federal: “Com o lançamento da pré-campanha de Eduardo Campos, é natural que as relações entre os partidos e suas lideranças sejam tensionadas.”

( Do iG com Leonardo Fuhrmann)


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