BRASIL

Dilma busca combinar técnicos e políticos em redesenho da reforma ministerial

A presidente Dilma Rousseff quer fechar o ano tendo resolvido a nova composição de seu ministério, já que muitos titulares das pastas governamentais sairão para se lançarem nas disputas eleitorais. A ideia é já começar 2014 com os novos ministros. Isso porque o governo tem consciência de que o ano será mais curto, não só porque haverá as eleições de outubro, mas também em função da Copa do Mundo de 2014.

Por enquanto, Dilma está redesenhando a reforma ministerial – a presidente chegou a estudar várias trocas no meio do ano, mas desistiu após avaliar que conseguiu acalmar a crise que havia se instalado na época entre o Planalto e a base aliada no Congresso.

A expectativa agora é de que os substitutos sejam anunciados antes dos festejos de fim de ano, ainda na primeira quinzena de dezembro. Mesmo assim, alguns setores do governo apontam para a possibilidade de as discussões se estenderem até janeiro.

Na escolha dos novos ministros, a presidente pretende combinar quadros capazes de dar um reforço à articulação política com nomes de perfil mais técnico, que tenham apresentado um bom desempenho no governo nos últimos meses.

Casa Civil

Nesse contexto, nomes como o do petista Carlos Gabas, atual secretário-executivo do Ministério da Previdência, ganharam força. Ele é cotado para assumir a Casa Civil, já que a ministra Gleisi Hoffmann sairá para disputar o governo no Paraná.

Ao longo deste ano, Dilma chegou a cogitar outras opções para a Casa Civil. A transferência do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para a pasta era a corrente mais forte no primeiro semestre, mas seu perfil mais espalhafatoso, assumindo de fato em alguns momentos a articulação do governo com o Congresso, teria feito Dilma se afastar da ideia. Alguns petistas ainda consideram, no entanto, que Mercadante continua no páreo.

O certo é que o ministro também estará bastante atarefado no ano que vem quando deverá assumir um posto na coordenação da campanha de Dilma à reeleição. No partido, a ideia é que Mercadante fique responsável pela trabalhosa e engenhosa articulação nos estados, o que consumiria bastante tempo e energia.

Outra opção cogitada pela presidente para a Casa Civil, segundo interlocutores, seria transferir a atual ministra do Planejamento, Miriam Belchior, para a Casa Civil e realocar o atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, no Planejamento. Esta receita, no entanto, não foi levada à frente pela presidente e nem teria agradado à própria ministra.

Além disso, o ministro Paulo Bernardo, segundo petistas, também teria acenado com sua intenção de disputar as eleições para uma vaga na Câmara e se engajar de perto na campanha de sua mulher, Gleisi Hoffmann, ao governo do Paraná.

Saúde

Outro perfil técnico que a presidente tem considerado é o do secretário de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, Mozart Sales, que poderá substituir o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que deixará o Ministério da Saúde para disputar o governo de São Paulo.

Mozart Sales é o coordenador no Ministério da Saúde do programa Mais Médicos, que será o principal cartão de visita, tanto na campanha de Padilha, quanto na campanha de Dilma à reeleição, já que na área da Saúde, é o único item que apresenta resultado positivo para a imagem do governo.

A presidente chegou a cogitar a ideia de deixar que alguns ministros permanecessem na pasta até março, prazo final para a desincompatibilização de ministros que vão concorrer na eleição.

No caso de Padilha, no entanto, a avaliação do governo e do próprio partido apontou que sua permanência poderia gerar mais desgaste que dividendos eleitorais já que o governo daria aos adversários a oportunidade de passar a ideia de que a permanência do ministro poderia representar uso da máquina pública e do programa Mais Médicos para promoção eleitoral.

Também devem deixar as pastas para se lançarem na disputa por governos estaduais os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, nome do PT para disputar o governo de Minas Gerais. Especula-se também a possibilidade de uma saída de Edison Lobão, para disputar o governo do Maranhão, embora o PMDB da governadora Roseana Sarney busque na própria administração estadual outras alternativas para a corrida. Há também a previsão de saída do ministro da Pesca, Marcelo Crivella, que quer disputar o governo do Rio de Janeiro.

Já a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, tem demonstrado que quer disputar as eleições. Antes disso, entretanto, a ministra trabalha para vencer a disputa interna do PT pelo comando do partido em Santa Catariana.

O ministro do Turismo, Gastão Vieira, deve se lançara candidato a uma vaga no Senado pelo PMDB do Maranhão. Já a ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, estuda uma candidatura a deputada federal pelo Rio Grande do Sul.

iG


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