BRASIL

Dilma peita PMDB e rejeita Vital do Rêgo para ministério pela terceira vez

Após a reunião com a presidente Dilma Rousseff na manhã de segunda-feira (10), o presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), e o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), seguiram para a casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), com o objetivo de encontrar uma saída honrosa para o senador Vital do Rêgo, rejeitado na conversa, pela terceira vez, pela presidente.

Dilma insistiu com os peemedebistas de que estaria disposta a dar um 6º ministério ao partido aliado, desde que o nome seja o do senador Eunício Oliveira (CE) e não o de Vital do Rêgo, como o PMDB sugeriu. Entre as saídas cogitadas pelos peemedebistas está a de que Vital venha a público, ainda nesta semana, para dizer que chegou a ser convidado, mas não aceitou o convite para a equipe de Dilma.

Essa saída honrosa já começou a ser desenhada pelos líderes na tarde desta segunda-feira. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), que lidera a rebelião do partido contra a aliança, disse que Vital desistiu de ser ministro “em apreço ao PMDB da Câmara”.

Antes da reunião com Raupp e Alves, Dilma já havia comunicado a decisão ao vice-presidente Michel Temer (PMDB-AL), a Renan e aos líderes do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), e do PMDB na Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), em reunião no início da manhã.

O nome de Vital do Rêgo já havia sido rejeitado duas vezes por Dilma no ano passado, para a pasta da Integração Nacional e para o Ministério do Turismo. O senador e o próprio PMDB defendem que ele se tornou merecedor da pasta depois de ter atuado em favor do governo na condução da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, em 2013.

No entanto, Dilma não aceita esta argumentação e quer usar a pasta da Integração Nacional para forçar Eunício a não se candidatar ao governo do Ceará, onde Dilma quer apoiar o candidato indicado pelos irmãos Cid e Ciro Gomes.

A sequência de reuniões entre a presidente e os caciques do PMDB serviu para tensionar ainda mais a crise na aliança firmada entre PT e PMDB para reeleger Dilma Rousseff e o vice Michel Temer. O PT aposta que ao PMDB não resta caminho mais viável eleitoralmente do que persistir na aliança. Já o PMDB, diante da inflexão de Dilma, se debate para encontrar formas de pressão.

Na pauta de reunião da bancada peemedebista da Câmara, chamada pelo líder Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a terça-feira (11), está a criação de uma comissão externa para investigar o suposto pagamento de propina a funcionários da estatal na Holanda. Além disso, os peemedebistas querem aprovar a realização de uma pré-convenção do partido em abril. Este evento, no entanto, não teria valor legal algum, já que a convenção, marcada para junho é que tem poder deliberativo. O objetivo da pré-convenção seria apenas de sinalizar para a presidente a intenção do partido em romper a aliança.

Outro entrave para o rompimento da aliança são os próprios caciques do PMDB que não aceitam entregar os cargos e têm segurado a bancada. O senador José Sarney não abre mão do Turismo e da pasta de Minas e energia. Temer, além de ser vice de Dilma e presidente licenciado do partido ainda, é dono de indicações para o Ministério da Agricultura e da Secretaria de Aviação Civil.

Da mesma forma que não houve acordo em relação aos cargos, não houve também acordo em relação às alianças. As divergências no Rio de Janeiro e no Ceará são os pontos conflitantes para os dois partidos e onde não houve avanço nas conversas. Na próxima quinta-feira. As cúpulas do PT e do PMDB voltarão a se reunir par fechar acordo para alianças em Rondônia, Tocantins, Alagoas, Goiás, Maranhão e Paraíba. Já há acordo para que os dois partidos estejam juntos nas eleições para os governos do Distrito Federal, Amazonas, Pará, Sergipe e Mato Grosso.

(do site iG)


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