BRASIL

Duração do “efeito Copa do Mundo” divide governistas e oposição

Mais do que a subida de quatro pontos da presidente Dilma Rousseff (PT) na pesquisa de intenção de votos divulgada na quinta-feira (3) pelo Datafolha, os petistas comemoram uma inversão no sentimento do brasileiro em relação ao País. Segundo o vice-presidente nacional do PT, Alberto Cantalice, responsável pela gestão das redes sociais do partido, o clima de otimismo está voltando a prevalecer e isso já é visível para quem acompanha a circulação de informações na internet. Para ele, não se trata de um ufanismo relacionado aos jogos da Seleção Brasileira, mas à constatação de que o País está conseguindo realizar uma Copa do Mundo até agora sem grandes incidentes. “Foi vendido exaustivamente que seria um vexame histórico e as pessoas estão vendo que não é isso o que está acontecendo”, diz.

Mas o dirigente petista destaca que não é só a Copa que pode ajudar a presidente na disputa pela reeleição: “Aos poucos, as pessoas estão sabendo melhor do que vem sendo feito pelo governo dela”. Assim como os governistas, a oposição também comemorou o resultado. Segundo o deputado Rubens Bueno (PPS-PR), líder de seu partido na Câmara, mesmo com a recuperação de Dilma nas pesquisas, o crescimento da intenção de votos em candidatos da oposição aumenta a possibilidade de um segundo turno. “A Dilma subiu por conta da Copa, mas os números dela agora ainda são bem mais baixos do que eram no ano passado”, afirma. Ele considera que a recuperação da presidente é um fenômeno momentâneo, relacionado com o patriotismo e o orgulho dos brasileiros durante o torneio, mas aposta numa mudança de quadro a partir do dia 13 de julho, após a final.

Volta da agenda anterior
Para a rejeição à Dilma voltar aos índices pré-Copa, Rubens Bueno aposta na retomada de temas espinhosos para o governo, como a contestação dos gastos para a organização da competição, as obras de mobilidade urbana que não foram entregues até agora e as investigações sobre supostas irregularidades em negócios da Petrobras.

“Humor” do mercado financeiro também muda
Em relatório divulgado na semana passada, o Citibank destaca que a presidente Dilma deve estar aliviada com o bom andamento da Copa. Em entrevista à Bloomberg, o diretor para mercados emergentes e América Latina na empresa de consultoria Eurasia Group, Christopher Garman, foi mais longe. “O pessimismo foi embora, o fluxo de notícias tem sido positivo e, em termos de organização, não houve grandes contratempos”, disse. Para ele, o Brasil não precisa ganhar a Copa para interromper a queda dela nas pesquisas. O consultor considera que, ao conseguir interromper a trajetória de queda, a presidente se manteve como favorita para a eleição deste ano.

Rede discute estratégia em São Paulo
A Rede Sustentabilidade, de Marina Silva, promove, nesta sexta-feira (4), reunião de sua Executiva Nacional para definir o posicionamento do grupo nas eleições em Estados como São Paulo, onde não apoiará nenhuma candidatura majoritária. Os seguidores de Marina não concordaram com a decisão do aliado PSB, do presidenciável Eduardo Campos, de indicar o vice do governador tucano Geraldo Alckmin. Em São Paulo, a Rede terá apenas um candidato a deputado federal e sete a estadual.

Grupo de Marina lança jovens a deputado
O único candidato a federal da Rede em São Paulo será José Gustavo, um ambientalista de São Carlos. Entre os estaduais, estão o vereador de Santo André Almir Cicote e Graça Lemos, ex-secretária de Educação de Barretos. "Vamos tocar a campanha nacional e se fortalecer onde há palanques estaduais", diz o ex-deputado Walter Feldman.

“Conversamos abobrinhas. Ele falou que não tem o que recriminar no sistema penitenciário de Brasília”
José Gerardo Grossi, advogado, sobre o retorno ao trabalho em seu escritório do ex-ministro José Dirceu, condenado pelo mensalão

(do iG)


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