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Economia verde deve criar 24 milhões de novos empregos até 2030, diz OIT

O mundo vai criar 24 milhões de novos empregos até 2030 caso sejam implantadas as ações corretas para limitar o aquecimento global e tornar a economia mais verde. A conclusão é do relatório “Perspectivas Sociais e de Emprego no Mundo 2018”, publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) nesta segunda-feira (14).

Em parte, esse avanço deve ocorrer no setor de energia pela promoção do uso de veículos elétricos e a melhora da eficiência energética de edifícios. O estudo também destaca que as medidas sustentáveis devem impactar serviços como os ligados à agricultura, turismo, pesca, que empregam 1,2 de trabalhadores no mundo.

Eles podem abranger desde a purificação do ar e da água, a renovação e fertilização do solo, o controle de pragas, a polinização, até a proteção contra condições climáticas extremas.

Veja as principais conclusões do estudo da OIT sobre emprego na economia verde:

  • 6 milhões de empregos podem ser criados pela “economia circular” (reciclagem, reparos, aluguel e remanufatura), substituindo a “extração, fabricação, uso e descarte”.
  • 2,5 milhões de postos de trabalho serão criados em eletricidade baseada em fontes renováveis, compensando cerca de 400.000 empregos perdidos na geração de eletricidade baseada em combustíveis fósseis.
  • A geração de novos empregos pela economia verde vai superar com folga as perdas de vagas em alguns setores pelo mesmo motivo.
  • Dos 163 setores analisados, apenas 14 perderão mais de 10 mil empregos no mundo.
  • Apenas dois setores, extração e refino de petróleo, apresentam perdas de 1 milhão ou mais de empregos.
  • Os aumentos de temperatura global poderão causar uma perda global de 2% nas horas trabalhadas até 2030, por causas médicas.

Avanço desigual de empregos

De acordo com o relatório, a geração destes postos de trabalho será desigual em diferentes partes do mundo. No continente americano, as práticas sustentáveis têm potencial de gerar 3 milhões de vagas, enquanto na Ásia e Pacífico podem surgir 14 milhões. Já na Europa, a previsão é de 2 milhões de empregos criados.

Por outro lado, estas medidas podem levar a perdas líquidas de emprego no Oriente Médio (-0,48%) e na África (-0,04%). Segundo a OIT, essas regiões são mais dependentes de atividades ligadas a combustíveis fósseis e mineração, respectivamente.

Segundo a autora do estudo, Catherine Saget, mudanças de políticas nessas regiões poderiam compensar as perdas de empregos antecipadas ou seu impacto negativo.

“Os países de renda baixa e média ainda precisam de apoio para desenvolver a coleta de dados e adotar e financiar estratégias para uma transição justa para uma economia e sociedade ambientalmente sustentáveis, que inclua todas as pessoas de todos os grupos da sociedade”.

Perda de horas trabalhadas

Os aumentos de temperatura projetados pelo aquecimento global poderão fazer com que o estresse térmico, particularmente na agricultura, leve a várias condições médicas, incluindo exaustão e derrame, e cause uma perda global de 2% nas horas trabalhadas até 2030, devido a doenças.

“Os países devem tomar medidas urgentes para antecipar as habilidades necessárias para a transição para economias mais verdes e oferecer novos programas de treinamento”, diz o relatório da OIT.

Ainda segundo o estudo, a transição para sistemas agrícolas mais sustentáveis poderia criar empregos em fazendas orgânicas de médio e grande porte, “além de permitir que os pequenos proprietários diversifiquem suas fontes de renda, especialmente se os agricultores tiverem as habilidades certas”.

G1


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