BRASIL

Em artigo vice-presidente do PSDB defende tese de novas eleições

Dividido a respeito do que defender para o País em caso de impeachment ou da renúncia da presidente Dilma Rousseff, o PSDB reforçou hoje o discurso por novas eleições, por meio do vice-presidente nacional da legenda e ex-governador de São Paulo Alberto Goldman. Em artigo, ele questiona a credibilidade do vice, Michel Temer, em assumir a presidência caso Dilma deixe o poder.

"Se o vice e seu PMDB assumirem, terão condições melhores de governar do que tem Dilma? Afinal eles não estão tão envolvidos tanto nas políticas do atual governo, em todos os setores, quanto nos desvios morais que estão sendo escancarados pelas investigações do MPF e da PF? O vice não foi beneficiado, como dobradinha de Dilma, da corrupção que impulsionou a reeleição? Não seria um novo problema?", pergunta.

Goldman afirma que o povo quer ver Dilma e o ex-presidente Lula "pelas costas", mas diz não acreditar que Temer "tenha a legitimidade e a capacidade para governar necessários para substituir o PT no poder". "O melhor para o país seria o afastamento da presidente e do vice e a construção de uma saída democrática que se apoie em eleições livres e limpas. Um novo arranjo político para dirigir o país", completa o dirigente tucano.

A realização de novas eleições já foi defendida pelos tucanos durante a convenção do partido, no começo de julho, por líderes do PSDB na Câmara e no Senado e pelo presidente da legenda, senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado na disputa ao Planalto em 2014. A saída, porém, não é um consenso. Ala do partido liderada pelo governador Geraldo Alckmin (SP) acredita que a melhor saída é Dilma completar seu mandato, em 2018. E há quem defende, como o senador José Serra (SP), que Temer assuma e o PSDB apoie seu eventual governo.

Abaixo, o artigo de Goldman, publicado em seu blog:

E Michel Temer é solução? Ou será um novo problema? Precisamos de um novo arranjo político para governar

Alberto Goldman Foto George Gianni PSDBDilma, seu governo e seu partido já foram pra cucuia. Como será o futuro para os 205 milhões de brasileiros?

Se ela, ainda sim, ficar na presidência, o país terá que conviver com a agonia de um grupo no poder sem credibilidade, sem capacidade de governar e sem respeitabilidade. Vale dizer vamos sentir por mais de 3 anos o cheiro da desagregação e da decomposição desse governo. E o povo sofrer ainda mais.

E se ela sair por qualquer das formas possíveis, renúncia, impedimento ou cassação do mandato? Assumirá, em um quadro de normalidade constitucional, o vice, Michel Temer.

Se o vice e seu PMDB assumirem, terão condições melhores de governar do que tem Dilma? Afinal eles não estão tão envolvidos tanto nas políticas do atual governo, em todos os setores, quanto nos desvios morais que estão sendo escancarados pelas investigações do MPF e da PF? O vice não foi beneficiado, como dobradinha de Dilma, da corrupção que impulsionou a reeleição? Não seria um novo problema?

As ruas mostram uma mudança qualitativa. O PT, Dilma e Lula passaram a ser o foco da indignação popular. O povo quer vê-los pelas costas. Mas não creio que Temer tenha a legitimidade e a capacidade para governar necessários para substituir o PT no poder.

O melhor para o país seria o afastamento da presidente e do vice e a construção de uma saída democrática que se apoie em eleições livres e limpas. Um novo arranjo político para dirigir o país.

Penso que é com essa perspectiva que temos que trabalhar para superar a profunda crise moral, econômica e política.

Brasil 247 


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