PARAÍBA

Em entrevista, Ricardo fala sobre pesquisa de microcefalia na Paraíba

O governador Ricardo Coutinho concedeu, nesta quinta-feira (25), uma entrevista coletiva no Palácio da Redenção, para falar sobre as pesquisas relacionadas à microcefalia e apresentar o trabalho desenvolvido pela Rede de Cardiologia Pediátrica da Paraíba, que se destaca no Brasil e atrai a atenção de diversos países. Além da imprensa local, cinco veículos de comunicação internacionais participaram da coletiva: TV Al Jazeera English, o The Wall Street Journal, a TV Alemã ARD, a American National Public Radio e a Associated Press. A entrevista também foi transmitida por meio de videoconferência para países como Austrália e Canadá.

Durante a entrevista, Ricardo Coutinho destacou que a Rede de Cardiologia Pediátrica desenvolve desde 2011 ações com o objetivo de diagnosticar e cuidar de crianças com cardiopatias e o trabalho agora está sendo utilizado em relação à microcefalia. “Essa Rede tem uma ação fantástica e estamos expandindo para que também possamos trazer respostas para a questão da microcefalia. A base de dados da Rede de Cardiologia Pediátrica foi usada em busca de respostas para a doença que, já se sabe, não é causada apenas pelo zika. Precisamos ficar atentos a todas as possibilidades. Essa é uma preocupação mundial”, disse.

A secretária da Saúde, Roberta Abath, afirmou que vários Estados e outros países estão interessados no modelo implantado aqui na Paraíba em relação à microcefalia. “Com a pesquisa desenvolvida pela Rede de Cardiologia Pediátrica da Paraíba estamos mostrando ao mundo algo diferenciado no que se refere à microcefalia. A Rede está utilizando a telemedicina para dar mais agilidade às pesquisas e seus resultados”, esclareceu.

Segundo a coordenadora da Rede de Cardiologia Pediátrica da Paraíba, Sandra Mattos, a Rede já promoveu mais de 100 mil atendimentos em todo o Estado e com o aumento do número de notificações de microcefalia, disponibilizou seus serviços para auxiliar no enfrentamento do problema. “Em dezembro do ano passado, os profissionais da Rede resgataram o perímetro cefálico de mais de 16 mil crianças nascidas desde 2012. O estudo foi publicado no site da Organização Mundial de Saúde e os resultados chamaram a atenção do mundo, já que evidenciam que nem todos os casos de microcefalia estão relacionados ao zika vírus”, explicou.

A Paraíba, em parceria com o Ministério da Saúde, está realizando um novo estudo avaliando a efetividade do modelo da Rede no enfrentamento da microcefalia, até o momento cerca de 250 crianças foram avaliadas. De acordo com Sandra Mattos, profissionais receberam treinamento para realizar teleconsultas, através da telemedicina e exames para avaliar bebês que nasceram com microcefalia nas suas cidades de origem, o que torna mais rápida a identificação e o manuseio de um maior número de crianças.

O secretário de Saúde de Pernambuco, Iran Costa, participou da reunião e parabenizou a ação desenvolvida pela Paraíba. “Parabéns ao Governo do Estado por este projeto, o que vocês estão fazendo aqui é algo grandioso. Espero que o Ministério da Saúde possa expandir essa ação para outros Estados. No momento ainda temos muitos questionamentos sobre microcefalia, por isso as pesquisas são tão importantes”, frisou.

“Esta pesquisa é essencial para todo o país porque tenta trazer novas respostas e encaminhamentos para as perguntas sobre microcefalia, assim como mostra alternativas para o diagnóstico mais rápido. Queremos levar o modelo para o nosso Estado também”, disse o secretário de Saúde do Rio Grande do Norte, Ricardo Lacreca.

O jornalista da TV Al Jazeera English, Rafael Pieroni, disse que a Paraíba está se destacando mundialmente por suas ações pioneiras na pesquisa da microcefalia. “Nossa equipe cobre casos de zika em vários pontos do Brasil desde o ano passado. E a vinda à Paraíba foi motivada após o destaque de pesquisas locais e também devido a parceria com o CDC americano. Viemos aqui para verificar de perto os desdobramentos das pesquisas feitas em relação à zika e microcefalia”, explicou.

De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, até o dia 23 de fevereiro foram notificados 790 casos suspeitos de microcefalia, distribuídos em 124 municípios. Dos casos suspeitos, foram confirmados 59 (7,47%). O maior número de notificações foi registrado por João Pessoa, com 313 casos, o que representa 39,62% do total, seguido de Patos (37), Sapé (22), Bayeux (24) e Conde (19). Já os 59 casos confirmados de microcefalia estão distribuídos em 27 municípios do Estado, sendo os mais atingidos: João Pessoa (16), Cabedelo (4), Cacimba de Dentro (4), Campina Grande (3), Conde (3) e Santa Rita (3). 


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