BRASIL

Empresas de Eike: OGX dá calote milionário na OSX

Não bastasse ter de pagar uma centena de credores, a petroleira OGX, controlada pelo empresário Eike Batista e que entrou com pedido de recuperação judicial na quarta-feira passada (30), também precisará resolver conflitos com seu próprio controlador e com a empresa de construção naval OSX, que também pertence ao grupo EBX.

A petroleira tem uma dívida bilionária, que atinge R$ 11 bilhões. Entre os principais credores, figura a OSX, para a qual a petroleira já deve R$ 19,8 milhões. A este valor, somam-se R$ 2,37 bilhões em créditos que ainda não venceram.

Do total desta dívida, a OGX questiona o valor R$ 1,6 bilhão, que coloca como "controverso em razão de divergência existente entre as partes" em seu pedido de recuperação judicial.

"Em tese, o executivo conseguiu dar um calote nele mesmo", conclui Roberto Altenhofen, analista da casa de análise de ações Empiricus. Hoje, Eike é controlador de ambas as empresas.

O conflito é a consequência mais visível dos malefícios de Eike ter construído seu grupo de empresas com negócios interligados. A OSX já confirmou que também pode pedir recuperação judicial .

Pertencer ao mesmo grupo econômico faz com que a OSX possa ter limitações para aprovar o plano de recuperação judicial da OGX. Seu representante poderá participar da assembleia, mas esta participação deve ser restrita devido ao potencial conflito de interesses entre as empresas. Apesar de pertencerem ao mesmo grupo econômico, as empresas têm base de acionistas diferentes.

Compra de ações

Encerrou-se nesta quarta-feira (6) o prazo para um acordo entre a OGX e Eike referente à exigência de compra de US$ 1 milhão em ações da petroleira por R$ 6,30 pelo executivo. O direito foi exercido pela empresa em de setembro, e logo foi questionado pelo empresário. Hoje, as ações valem R$ 0,15.

Procurada, a OGX diz que não comenta o assunto. Não há como saber se houve a instauração de um processo de arbitragem caso não tenha havido um acordo na empresa, já que ele é sigiloso, e nem como a questão será resolvida com eventual aprovação do processo de recuperação judicial.

 

iG Economia


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