BRASIL

Entidades cobram ações para evitar violência contra jornalistas

Integrantes do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional lamentaram hoje (10) a morte do repórter cinematográfico da TV Bandeirantes Santiago Andrade, de 49 anos, atingido na última quinta-feira (6) por um rojão enquanto fazia imagens de um protesto de rua no Rio de Janeiro.

“O que nós queremos é que identifiquem e punam os responsáveis por essa tragédia, mas também que o governo crie e adote políticas e procedimentos necessários para garantir o trabalho dos profissionais e manifestantes que têm pacificamente demonstrado a sua insatisfação, e não desse grupo minoritário de baderneiros e arruaceiros que têm depredado o patrimônio público e restringido a atividade dos profissionais de imprensa”, disse o presidente da Associação Brasileira de Rádio de Televisão (Abert), Daniel Slavieiro, ao lamentar a morte do cinegrafista.

Slavieiro informou que a Abert e outras entidades que representam empresas de comunicação solicitaram uma audiência com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na qual querem saber que medidas o governo pretende tomar para impedir novos casos. Os representantes das empresas querem também manifestar a preocupação dos profissionais de imprensa com a escalada da violência contra eles.

O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder, lembrou que a entidade já se manifestou sobre o “atentado” de quinta-feira e reafirmou que, com a morte do cinegrafista da Bandeirantes “exige do Estado brasileiro pronta reação para barrar esse tipo de violência”.

Segundo Schröder, a morte de Santiago não pode passar desapercebida, nem ser mais uma estatística na sociedade brasileira. “É uma morte completamente injustificada, não tem sentido para o jornalismo brasileiro e é uma ofensa povo brasileiro”, afirmou.

De acordo com Schröder, há uma mobilização para que se realize audiência pública no Congresso, com a participação dos ministros da Justiça e de Direitos Humanos, para pedir a implantação imediata de políticas públicas concretas de acompanhamento, investigação e, princialmente, de um pacto entre o Estado brasileiro, as empresas de comunicação e os jornalistas.

“O objetivo do pacto é garantir que a vida, a integridade e o trabalho desses profissionais será garantida. Não é possível que isso ( a morte do cinegrafista) se reduza a lamentações e notas de pesar. Precisamos reagir a isso”, ressaltou o presidente da Fenaj.

A notícia da morte de Santiago Andrade chegou ao Conselho quando a comissão temática que trata da liberdade de expressão discutia casos de violência contra profissionais da imprensa. O Conselho de Comunicação Social do Congresso deve divulgar, ainda nesta tarde, nota de repúdio aos atos de violência praticados contra comunicadores e profissionais da imprensa em geral.

O conselho é um órgão auxiliar do Congresso, de natureza consultiva, para assuntos relacionados à área de comunicação social. O grupo é formado por 13 conselheiros titulares e 13 suplentes, que representam as categorias empresariais e profissionais ligadas ao setor da comunicação, além de contar com representação da sociedade civil.

Agência Brasil


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