BRASIL

Exportações brasileiras de moda caem em cinco anos

As exportações brasileiras de moda caíram 7% nos últimos cinco anos, passando de US$ 162 milhões, em 2009, para US$ 150 milhões, no ano passado. Nos estados que lideram as vendas externas do setor, a tendência foi a mesma: São Paulo exportou US$ 48 milhões em 2013, com retração de 16% em relação a 2009 e Santa Catarina, US$ 44 milhões, com recuo de 14%. No Rio de Janeiro, porém, as exportações cresceram 17% em 2013, atingindo US$ 22 milhões, com participação de 15% do total nacional, e o estado chegou à terceira posição no ranking da moda.

Os números foram divulgados hoje (9) pelo Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), durante o Fashion Rio, evento incluído no calendário nacional da moda.

Segundo Cláudia Teixeira dos Santos, especialista em comércio exterior da Firjan, o resultado do Rio está relacionado "à agregação de valor vinculada ao produto do estado. Nós temos um produto que, de fato, representa a alma do estado. Tem design, tem diferenciação”. Para ela, boa parte da queda nas vendas de São Paulo e Santa Catarina deve-se à competição externa muito forte, sobretudo da China e da Índia, que afeta as empresas do Brasil. Cláudia destacou que os preços nos dois países são mais baixos e “os produtos menos diferenciados, de modo geral”.

Principal destino da moda fluminense, os Estados Unidos mantiveram a posição nos últimos cinco anos e passaram a comprar produtos de maior valor agregado. “Nesse período, o preço médio do quilo de moda exportado pelo Rio de Janeiro [para o mercado norte-americano] dobrou de US$ 58 para US$ 123”. O programa de atração de grandes compradores dos países mais desenvolvidos contribuiu para valorizar a moda do Rio. Conforme o levantamento da Firjan, o preço médio do produto exportado alcançou US$ 114 o quilo, no ano passado, no bloco formado por Estados Unidos, Canadá e México. Na Ásia, o destaque foi o Japão, o quilo teve preço médio de US$ 217.

Também tiveram destaque as exportações fluminenses de joias. Cláudia ressaltou que existem no Rio importantes empresas de joias, que exportam um produto de excelência, procurado por vários países. “Também com design e criatividade. Essa é a diferenciação do produto do estado.” Neste segmento, as vendas externas cresceram 28% de 2009 a 2013, com o Rio na liderança no ranking brasileiro. No ano passado, o Rio exportou quase US$ 20 milhões em joias, com participação recorde de 36% no total nacional. O país exportou em 2013 o equivalente a US$ 54,5 milhões, 11% a menos que em 2009.

O valor médio das exportações de joias do Rio aumentou 387% nesse período e chegou, no ano passado, à média de US$ 48 mil o quilo, contra a média nacional de US$ 1 mil. Novamente, o mercado norte-americano foi o principal importador das joias fluminenses, com aumento de 47% no período pesquisado. Em 2013, as vendas de joias do Rio para os Estados Unidos totalizaram US$ 6 milhões, com a inclusão de produtos de maior valor agregado. O preço médio naquele país subiu de US$ 5 mil o quilo, em 2009, para US$ 28 mil o quilo, no ano passado. 


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