BRASIL

Fator Previdenciário: sindicalistas pressionam Renan por veto antes do recesso

Após a decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar o fim do fator previdenciário, medida aprovada pelo Congresso, os representantes das centrais sindicais querem que o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), cumpra o compromisso que assumiu com os sindicalistas de colocar o veto em votação no próximo dia 14 de julho. A data é véspera do recesso parlamentar.

Renan, no entanto, após conversas com ministros do governo, entendeu a decisão da presidente como “um avanço”, por considerar a proposta apresentada pelo Congresso que prevê o cálculo de aposentadoria.

Segundo o vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), deputado Ademir Camilo (PROS-MG), Renan assumiu este compromisso com os sindicalistas depois de ter obtido o aval do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na articulação ocorrida na terça-feira (16). Após o veto, Camilo disse que vai trabalhar para derrubá-lo. “Vamos trabalhar aqui no Congresso para derrubar este veto. Se isso não ocorrer”, disse Camilo.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que a posição é de continuar unidos com as demais centrais apesar de Dilma ter acatado o cálculo, que era prioridade da UGT. “Nossa posição é continuar na luta com as demais centrais. A posição dos sindicalistas é de não mais dialogar com o governo. A gente sai do diálogo”, disse Patah.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, também seguiu a mesma linha. “Não dá para confiar nela. A gente não senta mais para conversar”, disse Torres.

Acordo

Na quarta-feira à noite, o governo ainda tentou um último acordo com as centrais sindicais. O ministro da Previdência, Carlos Gabas, ligou para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, que, por sua vez, ligou para os outros dirigentes com o objetivo de passar a posição do governo.

O governo considera que conseguiu construir um clima bom com Renan e Cunha, no entanto, a situação com sindicalistas ainda é tensa.

Além de Gabas, participaram das tentativas de apaziguar os ânimos os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. Eles haviam se reunido durante toda tarde no Planalto e também se encontraram com Dilma para fechar a proposta. Só depois disso, seguiram para o Senado e para a Câmara.

Na saída da reunião com Cunha e Renan, os ministros nada falaram. A notícia do veto e da medida provisória acabou sendo dada em primeira mão pelo presidente da Câmara. “Não posso dizer que o veto é bom. O governo apresentou suas razões e está apresentando uma medida provisória. Vamos ver a reação do conteúdo”, disse o presidente da Câmara que evitou fazer críticas. “Eles tiveram a gentileza de mostrar o que estão fazendo que é manter a regra dos 85/95 e adotar a progressividade depois”, ponderou Cunha.

Em seguida, o Planalto divulgou nota confirmando o veto e a nova medida provisória.

O iG tentou contato com Vagner Freitas, da CUT, no entanto, ele não atendeu às ligações. A assessoria de imprensa da Central Única dos Trabalhadores (CUT) informou que o presidente da entidade só se posicionará sobre o veto após ter acesso ao texto final da MP. Nesta quinta-feira, a Executiva Nacional da CUT se reúne às 10h, em São Paulo, para analisar o texto e se posicionar.

IG


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