Pelo andar da carruagem econômica neste ano, o arrasta-pé no São João, para o comércio, será minguado e de queda nas vendas. Quem aponta é o Instituto Fecomércio-PE, que em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Pernambuco (Sebrae-PE), realizou uma pesquisa de intenção de compras e disposição de gastos por parte dos consumidores para as festas juninas. O resultado, como tem ocorrido no comércio varejista em geral no últimos meses, é desanimador: os órgãos preveem uma redução de 11,9% em relação ao ano passado. Pela pesquisa, apenas 65,5% dos entrevistados pretendem participar dos festejos juninos e gastar dinheiro.

Segundo o levantamento, nem em Caruaru, a “Capital do Agreste”, cujo título “O melhor São João do mundo” é amplamente divulgado, vai escapar do impacto da crise econômica que atinge em cheio o bolso dos consumidores. Em Caruaru, de acordo com a Fecomércio-PE/Sebrae-PE, a queda foi de 20,6%. Apenas 67,5% das pessoas estão intencionadas em comemorar, quando em 2014 essa parcela foi de 88,1%. Já em Petrolina, no Sertão do São Francisco, que também possui uma tradicional festa junina, essa pretensão foi apontada por 59,9% dos consumidores, enquanto que, no ano passado, 70,8% tinham interesse em comemorar. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), a proporção de pessoas que desejam celebrar as festas juninas equivale a 69,4%, pouco menor do que os que assim pretendiam em 2014 (71,2%).

Para 45,1% dos empresários e gestores pernambucanos, aponta o estudo, o agravamento do quadro econômico nacional, pontuado pela inflação em alta, desemprego em ascensão, elevação no custo do crédito e queda no nível de renda das famílias, levando a uma redução no consumo e ao aumento do endividamento, foi o motivo principal para o cenário junino este ano.

Os indicadores, na avaliação dos órgãos, têm afetado o poder de compra das famílias, e, no caso das comemorações de junho, trazem impactos negativos maiores nas cidades do interior, principalmente em Caruaru, onde as festas de São João e São Pedro correspondem aos eventos comemorativos mais importantes do ano. O endividamento também pesou nessa consideração, correspondendo a 19,7% das respostas dos entrevistados, patamar que, em Caruaru, representa um quarto das respostas, e, na RMR, corresponde a 18,1%. Em Petrolina o percentual atingiu 15,7%.

Quando ao mercado de trabalho, o reflexo da expectativa de redução no volume das vendas do varejo, de -3,7% no mês de junho, se traduz, na análise dos órgãos, no baixo índice de intenção de contratação de mão de obra temporária e apenas 14,2% dos empresários e gestores pretendem contratar esse tipo de atividade. Em Caruaru, essa proporção é de 17,4%, em Petrolina de 13,2% e na RMR 12,8%. Nos centros de compras de Caruaru (Polo Comercial e Fábrica da Moda) a intenção de contratar trabalhadores temporários chegou 32,5%.

Com informações do Instituto Fecomércio-PE e do Sebrae-PE