BRASIL

Fifa admite falhas, se desculpa e promete melhorias nas lanchonetes

Os problemas enfrentados por torcedores que se aventuraram a enfrentar as enormes filas nas lanchonetes autorizadas em diversos estádios da Copa do Mundo deverão diminuir nos próximos dias. Essa, ao menos, é a expectativa da Fifa, que admitiu o problema que se tornou corriqueiro na primeira semana de disputa do Mundial.

"Pedimos desculpas e estamos fazendo algumas modificações junto com as nossas afiliadas, a Inbev e a Coca-Cola. Nos reorganizamos e, desde ontem, podemos dizer que o fornecimento [de alimentos e bebidas] está muito melhor. Ainda vai melhorar hoje, amanhã e depois", afirmou o diretor de marketing da entidade, Thierry Weil.

O dirigente, no entanto, considera impossível acabar totalmente com as longas filas nas lanchonetes, especialmente durante os intervalos dos jogos: "Você sempre vai ter filas no intervalo. Isso acontece no mundo todo, quando as pessoas vão buscar comida e bebida vão ter que esperar pelo menos dez minutos. Isso é natural, é da natureza do negócio".

Para exemplificar a evolução nos serviços oferecidos ao longo dos últimos dias, a Fifa citou o que houve nos dois dias de jogos do Maracanã. "No primeiro dia [jogo entre Argentina e Bósnia-Herzegovina], tivemos muitas faltas de funcionários, o que atrapalhou o serviço. Mas isso não aconteceu no jogo com a Espanha [contra o Chile], por exemplo", explicou a assessoria de imprensa da entidade.

A reportagem do iG conversou com alguns dos funcionários das lanchonetes no estádio carioca, que, sem se identificar, confirmaram que houve uma oferta muito menor que a demanda no primeiro jogo. Uma atendente revelou, inclusive, que alguns pontos de vendas sequer foram abertos no último domingo. Já no segundo jogo, quarta-feira, a maioria dos problemas estava resolvida.

Em São Paulo, para os funcionários que trabalham na área de alimentação do Itaquerão, que também falaram em condição de sigilo, o problema pode ser outro. “A comida não chegava até as lanchonetes. Os elevadores não davam conta de tanta gente”, disse um funcionário que trabalha com a venda de cerveja na área próxima aos camarotes.

A responsabilidade por essa logística de venda de alimentos e bebidas nos doze estádios da Copa do Mundo é dividida entre duas empresas (Aramark e CSM), que, segundo a Fifa, já estão procurando resolver os pontos negativos.

Enquanto os responsáveis pela segurança da Copa se recusaram a admitir seus erros mesmo após a invasão de torcedores chilenos ao centro de imprensa do estádio do Maracanã, Thierry Weil adotou uma postura bem menos arredia ao falar sobre a área sob sua responsabilidade. Assim, admitiu que o fornecimento de comida e bebida nos estádios ainda não atende em 100% ao exigente "padrão Fifa".

"Com relação a comida e bebida, eu diria que estamos chegando ao padrão Fifa. Estamos melhorando a cada dia com nossos parceiros comerciais, quase todos os estádios estão lotados. É uma operação normal, provavelmente não estamos 100%, mas estamos chegando lá. O segundo jogo em cada estádio já está melhor que o primeiro e o terceiro será melhor ainda", afirmou.

O dirigente também enxerga um legado pela capacitação de trabalhadores brasileiros nas lanchonetes dos estádios. "Não esqueçam que temos milhares de brasileiros trabalhando nisso, que precisam ser treinados e ganhar experiência. E o melhor treino é quando o jogo começa e eles têm que colocar em prática. São 30 mil pessoas trabalhando nisso e vai ser um grande legado para essas pessoas", concluiu.

(iG)


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