CEARÁ

Governadores defendem Centro de Inteligência no Ceará

Por unanimidade, os governadores do Nordeste defenderam ontem que o Centro Regional de Inteligência da Polícia Federal no combate às facções criminosas deve ser instalado no Ceará. A formalização conjunta da demanda, justificada pela localização estratégica do Estado no fortalecimento do tráfico de drogas, foi acordada na reunião dos governadores dos nove estados nordestinos em Teresina, no Piauí.O pedido de instalação de um Centro em terras cearenses ganhou força desde que o ministro da Justiça, Torquato Jardim, declarou que o Ceará “para o crime organizado” é “o centro geográfico”. “Quem conquistar o Ceará conquista o Nordeste”, disse em fevereiro deste ano.

Desde então, o governador Camilo Santana (PT) e o senador Eunício Oliveira (MDB), que se aproximaram politicamente nos últimos meses, pleiteiam juntos em Brasília a instalação do equipamento no Estado.

“Se conseguirmos a criação desses centros regionais, iremos fortalecer muito a nossa luta contra o crime organizado e ajudaria na construção de políticas mais firmes nos estados e nacionalmente”, afirmou o governador petista.

 No mesmo encontro, foi cedido para todos os gestores da região o uso do Sistema de Inteligência de Cadastro e Acompanhamento de Facções, o Sicaf, utilizado há dois anos no Piauí. Ao O POVO, o secretário da Segurança do Estado, Fábio Abreu, explicou que o sistema identifica a quantidade e o perfil dos integrantes das facções criminosas.

Alegando que o sistema é um “sucesso” em terras piauienses, Abreu relembrou que, em épocas de ondas de rebeliões no País, o Sicaf conseguiu, por exemplo, evitar que localmente os presídios fossem atingidos pela prática intimidatória. “O sistema permite ao gestor o acompanhamento da quantidade do faccionado e uma série de detalhes”, destacou sem aprofundar a ação da ferramenta para se obter o “sucesso” no combate ao crime.

Uma carta assinada por todos os governadores pedem ao Governo Federal, ainda, medidas imediatas e propostas de médio e longo prazo no fortalecimento da segurança pública.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), defendeu maior poder de participação do Judiciário para combater o avanço da criminalidade. O comunista argumentou que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) poderia obter participação no custeio de ações de enfrentamento a assaltos a bancos no interior dos estados.

Welington Dias (PT), governador do Piauí, defendeu mudanças no setor carcerário. “Vários países do mundo, incluindo o Canadá, distribuem seus presos seguindo a relação entre crime e criminoso. Isso é uma forma de impedirmos que um criminoso de alta periculosidade absorva presos de menor risco”, pontuou.

Camilo Santana defendeu ainda o fortalecimento das divisas estaduais como forma de evitar a fuga de criminosos após intervenções públicas.

Um ofício foi encaminhado ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, para o reconhecimento da reunião e das demandas discutidas.

DIVISAS

De acordo com Camilo Santana, cada estado vai destinar um contingente do seu efetivo, com estrutura adequada, para que os nove estados fortaleçam as divisas.


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