A força identitária da obra e do discurso de vida do percussionista Naná Vasconcelos, morto em março aos 71 anos, será o grande norte das homenagens a ele durante esta edição do Festival de Inverno de Garanhuns. O evento começa nesta quinta (21) com uma cerimônia de abertura em que estarão reunidos nomes representativos da cultura negra no Brasil. 

Convidados pelo músico Zé Manoel, estarão reunidos na homenagem a cantora Virgínia Rodrigues, o cantor e compositor Mateus Aleluia e o coral Voz Nagô, no Concerto Afro-nordestino que acontece na Igreja Matriz de Santo Antônio, no Centro de Garanhuns, a partir das 19h.

A ideia da cerimônia de abertura do FIG 2016, segundo Manoel, é de celebrar a cultura negra e a relação musical entre Pernambuco e Bahia. Dentro do show, o Voz Nagô, criado por Naná, fará uma homenagem direta ao percussionista pernambucano. Já Virgínia e Aleluia, cantam composições de autores como Moacir Santos, Tiganá Santana e Ederaldo Gentil – todos eles negros.

“Quando surgiu esse possibilidade de fazer essa abertura, pensei em Mateus e Virgínia por serem nomes fortes dessa cena negra brasileira; e pensei no Voz Nagô como representante de Pernambuco e de Naná”, explica Zé Manoel, que atualmente está desenvolvendo um novo disco, ainda sem nome, com referência à sua ancestralidade negra. O CD deve ser lançado no próximo ano. 

Mulheres

Embora a abertura oficial, nesta quinta (21), na Matriz de Santo Antônio, só amanhã começam os shows do FIG 2016, tendo como principal atração a cantora carioca Elza Soares. No festival, ela canta o seu premiado e reverenciado disco A Mulher do Fim do Mundo, um CD que fala sobre o empoderamento feminino e a força da mulher. Elza sobe ao palco Mestre Dominguinhos à 0h20.

Antes dela, se apresentam no local as cantoras Andrea Amorim, às 21h; Larissa Luz, às 22h; e Karina Buhr, às 23h10. 

JC Online