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Inadimplência no cartão de crédito chega a 35,4%

O calote no cartão de crédito rotativo voltou a crescer em maio. Dados do Banco Central mostram que a taxa de inadimplência desse tipo de operação chegou a 35,4%, uma elevação de 0,7 ponto percentual em relação a abril. É o segundo mês consecutivo de alta. Na prática, significa dizer que de cada 100 devedores, 35 deixaram de pagar a fatura por mais de 90 dias. No cheque especial, a situação é a mesma. É o terceiro mês seguido de aumento no índice que mede a quantidade de brasileiros que não honram os compromissos em dia, que chegou a 14,2%. De cada 100 pessoas, 14 deram o cano nas instituições financeiras que disponibilizaram o limite emergencial para os clientes.

Além da alta na inadimplência, o total de recursos emprestados por meio do crédito rotativo do cartão e do cheque especial são os que mais crescem entre todas as modalidades monitoradas pelo BC. No caso do limite emergencial oferecido sem análise previa pelos bancos, já são devidos mais de R$ 27 bilhões. Uma expansão no acumulado do ano de 10,5%. As faturas em atraso já totalizam R$ 32,1 bilhões, uma elevação de 13,3% entre janeiro e maio. Esse montante compõe os R$ 1,45 trilhão devidos pelos brasileiros às instituições financeiras.

O chefe do Departamento Econômico da autoridade monetária, Tulio Maciel, afirmou que os volumes são pequenos em relação ao estoque total de crédito do sistema financeiro. Entretanto, ele ressaltou que as variações são acompanhadas pelo BC para verificar qualquer nível de descontrole. Maciel ainda comentou que do ponto de vista da educação financeira é importante alertar os consumidores que essas são as modalidades de crédito com juros mais elevados. O cartão de crédito rotativo atingiu taxa de 360,6% ao ano, o maior patamar desde o início da série histórica, em março de 2011. Os juros do cheque especial em maio chegaram a 232% ao ano.

Prejuízos

Na avaliação do economista da Tendências Consultoria Rodrigo Baggi, os dados do BC mostram que nos cinco primeiros meses do ano os brasileiros têm recorrido às modalidades de crédito com maiores taxas de juros para quitar compromissos de curto prazo. Para ele, os bancos têm levado em conta a possibilidade de perdas futuras na hora de aumentar juros e restringir o acesso às operações com taxas mais atrativas. “Por outro lado, as famílias também têm reduzido a propensão em consumir em um momento de aperto da condição financeira, com a inflação em alta”, explicou.

Antonio Temóteo
Diário de Pernambuco


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