BRASIL

Itaquera tem invasão de colombianos e artistas chilenos montam “santuário”

As imediações do estádio da abertura da Copa do Mundo não precisaram esperar o dia da abertura para serem tomadas por torcedores apaixonados pelo futebol. E engana-se quem pensa que a maioria deles é de brasileiros ou croatas, os protagonistas do primeiro jogo. É da Colômbia que vêm os mais loucos torcedores.

A praça recém finalizada na saída do metrô de Itaquera é exemplo da comunhão vivida pelos povos às vésperas do maior torneio esportivo mundial. Uma bandeira, um sorriso ou uma camiseta já são suficientes para se começar uma conversa sobre os motivos que levaram cada um deles a estar na zona leste de São Paulo.

Um colombiano veio de carro de Bogotá. Parou em local proibido e agentes da CET quiseram guinchar o veículo. Tudo resolvido depois de uma conversa em portunhol. Gritos de “Colômbia, Colômbia” ecoavam por todas as partes. Engraçado que a Colômbia nem joga em São Paulo na primeira fase. A estreia será em Belo Horizonte, contra a Grécia, no sábado. Depois enfrenta a Costa do Marfim em Brasília, dia 19, e o Japão, dia 24, em Cuiabá.

Na rampa de acesso ao lado leste da Arena Corinthians, dois chilenos têm a intenção de criar um santuário para monstros do esporte mundial. Nesta quarta-feira exibem pinturas gigantes presas às grades que separam a calçada da rua com imagens de Falcao García, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.

Hernán Mery, de 44 anos, e seu amigo Sérgio González, 43, fazem há 10 anos pinturas em tela de ícones do esporte. “Leyendas del Deporte”, como dizem.

Querem criar um museu em Santiago, a cidade natal de ambos, com essas imagens. São mais de 600, conta Sérgio. E nenhuma está à venda. “Somos artistas. Nessa Copa será nossa primeira chance de mostrar para o mundo e não queremos vender. Aceitamos doações e vendemos imãs para manter nosso sonho”, disse Hernán.

A Fifa ou seguranças em torno do estádio não fizeram qualquer objeção ao trabalho dos chilenos, mas eles acham que em dias de jogos será diferente. “Tem o perímetro e tal em que não se pode vender nada. Mas como não vendemos, acho que podemos expor aqui”, disse Sérgio. O local ganhou a atenção dos torcedores que passaram por ali e muitos posavam para fotos.

A dupla de artistas não pretende assistir a estreia do Chile na Copa, nesta sexta-feira, em Cuiabá, contra a Austrália. Os gastos com viagens preocupam e, confiantes, estão guardando dinheiro para as partidas de mata-mata. “Vamos ao Rio (para o jogo contra a Espanha) e voltam a São Paulo (contra a Holanda) e vamos passar em primeiro”, disse Hernán.

O Chile está no grupo B, que cruza com o A, do Brasil, nas oitavas. Se uma das seleções passar em primeiro e a outra em segundo, se encontrarão. “Mas vamos passar em primeiro. Certeza”. Nada abala a confiança de um torcedor.

(iG)


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