BAHIA

Ivete e Bell arrastam multidão no Campo Grande

O dia tradicionalmente dedicado aos blocos de samba no Carnaval de Salvador foi "invadido" por dois artistas consagrados da axé-music, na quinta-feira de Momo. Ivete Sangalo e Bell Marques arrastaram uma multidão no circuito Osmar (Centro), a partir do final da tarde desta quinta, 4, provocando a maior muvuca com trios elétricos sem cordas.

Com 30 minutos de atraso, a musa foi a primeira a desfilar no Campo Grande, cantando o novo sucesso, a música Farol, e hits de folias anteriores, como Alegria, Sorte Grande e outros. Aos fãs, Ivete se disse "nervosa", pelo sistema de som do trio. "Todo Carnaval sinto essa dor de barriga. Parece que tem dois corações batendo aqui dentro", relatou, antes de seguir rumo à passarela oficial da festa.

Logo atrás, também com pequeno atraso de 20 minutos, Bell apostou nas músicas da ex-banda, Chiclete com Banana. Na playlist, sucessos como Voa Voa e 100% Você, além da controversa Cabelo de Chapinha, que levou o cantor a fazer acordo no Ministério Público para mudar a letra. Antes da apresentação, Bell fez questão de desfazer polêmicas em que esteve envolvido. À equipe de A TARDE, afirmou que não recebeu R$ 350 mil do governo estadual para tocar sem cordas, como chegou a ser noticiado.

Segundo o cantor, a produção foi paga por um shopping center da capital baiana que costuma patrociná-lo. "Não recebi nada do estado", garantiu.
Pontualidade

O artista também rebateu críticas de diretores de blocos de samba, que demonstraram irritação com a "invasão" da axé-music na quinta-feira de Carnaval.
"Essa tradição do bloco de samba vem depois dos trios elétricos terem saído", afirmou, prometendo "pontualidade" para não atrapalhar o andamento da fila.
"A abertura do Carnaval e os trios elétricos (de axé) na quinta-feira sempre existiram. Eu sempre fiz Carnaval na quinta-feira", insistiu.

O discurso de Bell não ganhou apoio do público de blocos de samba, como o Alerta Geral. A muvuca provocada na avenida pelos pipocas do cantor e de Ivete Sangalo incomodou foliões mais pacatos, como o aposentado Oderaldo Portela, 65 anos."É melhor que haja tranquilidade na quinta-feira, até porque somos mais idosos no bloco, mas espero que fique tudo em paz", disse.

O presidente do Alerta, Zé Arerê, que também comanda a União das Entidades de Samba da Bahia (Unisamba), concorda com o associado. Segundo ele, as vendas deste ano caíram também.

"Não tenho nada contra esses dois artistas, mas essa agonia e esse pula-pula espantam o nosso público, que é mais idoso", pontuou o dirigente.
Este ano, o Alerta Geral foi puxado pelos cantores cariocas Arlindo Cruz e Xandy de Pilares, que também tinha vindo em 2015.

Yuri Silva
A Tarde


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