Em uma cidade que possui quase 10 adolescentes mortos para cada grupo de mil, como apontado pelo 5º estudo de Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), as políticas para a juventude ganham ainda mais peso na balança desequilibrada da garantia de direitos. O levantamento utiliza dados de 2012 e foi publicado na última semana, colocando Fortaleza na dianteira entre as capitais brasileiras.
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Enquanto algumas políticas atendem a milhares de jovens, como os três Cucas, outras aguardam maior celeridade para se tornarem parte da Cidade. A construção de outros Cucas e a efetivação de projetos já anunciados estão entre as ações esperadas. Um desses projetos é o Juventude na Onda, lançado em novembro de 2013, mas que ainda aguarda prosseguimento. Além de reuniões com as escolas de surfe cadastradas e uma turma piloto de 40 jovens, não houve avanço significativo no projeto até agora.
Surfe e juventude
O Juventude na Onda objetiva dar suporte material e humano para 16 associações e escolinhas de surfe de áreas como Pirambu, Serviluz, Barra do Ceará e Praia do Futuro. Ainda falta, no entanto, a assinatura do convênio com a Federação Cearense de Surf, que ficará responsável pela operacionalização das ações. A assinatura é esperada ainda para este mês, afirma Amélio Rolim Júnior, presidente da entidade.
Entre as necessidades das escolinhas, ele aponta a compra de materiais, como pranchas e coletes, e a disponibilidade de profissionais e de sedes – que a maioria não tem. A reforma e a construção de sedes estava prevista, mas ainda não há qualquer posicionamento sobre isso, diz Débora Jamaica, titular da Coordenadoria da Juventude da Prefeitura.
Amélio indica que o recurso do projeto é de R$ 300 mil para as 16 escolas durante sete meses. Para que haja continuidade das ações, eles investirão na capacitação de profissionais e esperam que o convênio seja renovado com a Prefeitura, incluindo, em um segundo momento, a construção de sedes, por exemplo.
Raphaela Bahia é atleta e dá aulas em uma das escolas, a Aldeia Surfe. Segundo ela, as atividades são feitas “do jeito que dá”. Além da necessidade de sede, a atleta ressalta a importância de cursos. “A gente tem que lidar com muitas situações complicadas”, diz, sobre o trabalho com os jovens na Praia do Futuro.
Já Evandro da Rocha pontua que são 60 crianças e adolescentes cadastrados no projeto Resgatando Vidas, no Pirambu, do qual faz parte. Além do surfe e do futebol, oficinas e cursos são realizados por meio de parcerias. “Através do surfe, a gente consegue envolver a garotada”, lembra.
Saiba mais
Escolas e associações do projeto Juventude na Onda
– Associação Desportiva Barra Surf-Club (Goiabeiras)
– Associação Desportiva e Cultural Praia do Mero (Barra do Ceará)
– Associação Esportiva Cultural e Recreativa Arte para Caminhar (Pirambu)
– Ponte de Encontro – SCDH (Barra do Ceará)
– Associação Leste Oeste Surf Club Pirambu (Pirambu)
– Associação Comunitária Resgatando Vidas (Pirambu)
– Instituto Sol (Praia do Futuro)
– Associação Boca do Golfinho (Titanzinho)
– Aloha Escola de Surf (Titanzinho)
– Projeto Associação Vila Mar (Serviluz)
– Escola Beneficente de Surf Titanzinho (Serviluz)
– Associação de Surf Feminino do Ceará e Aldeia Surf Escola (Praia do Futuro)
– Projeto Colônia de Surf
– Associação de Surf do Pirambu e Adjacências – Aspas (Pirambu)
– Escola de Surf Leste Oeste (Moura Brasil)
– Projeto de Volta para Casa
FONTE: Coordenadoria da Juventude de Fortaleza
(O POVO)
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