POLÍTICA

Jucá afirma que espera manifestação de Janot para voltar ao ministério

De volta ao Senado, após 12 dias como ministro do Planejamento, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) voltou a se defender das acusações de obstrução da Justiça para deputados e senadores nesta terça-feira (24). Logo no início da sessão do Congresso Nacional, convocada para limpar a pauta com 24 vetos da presidenta afastada Dilma Rousseff e para apreciar o PLN 1/16, sobre a revisão da meta fiscal, que passará para déficit de R$ 170,5 bilhões, segundo cálculos da equipe do presidente da República interino, Michel Temer.

“Não fiz nenhuma ação para impedir a investigação da Lava Jato. Falei naquele período como senador da República e como aspirante ao comando do PMDB”, afirmou.

Jucá adiantou que amanhã (25) fará um pronunciamento na tribuna do Senado para, mais uma vez, falar sobre o assunto. “Estarei à disposição para debater com todos: fundamentalistas, petistas, ativistas, qualquer um que queira levantar qualquer tipo de questionamento.”

O senador disse ainda que não cometeu nenhuma irregularidade e que aguarda uma manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a respeito dos áudios para voltar ao Ministério do Planejamento.

“O presidente Michel Temer pediu que eu continuasse no ministério , mas entendi [ que era melhor me afastar] para que as coisas continuassem esclarecidas e para evitar exatamente esse tempo de manifestação atrasada, irresponsável e babaca de algumas pessoas”.

O ex-ministro acrescentou que encaminhou a Janot um pedido para que ele responda se nas gravações há algum crime ou alguma imputação de conduta irregular.

“Espero a resposta do Ministério Público Federal e falei com o presidente Michel. Me afastei do ministério enquanto a Procuradoria-Geral da República não responder a essa questão”, afirmou ressaltando que está tranquilo.

Acusação

Ontem (23), Jucá foi exonerado do comando do Ministério do Planejamento, depois que a Folha de S.Paulo divulgou reportagem com trechos de uma conversa entre ele e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

As conversas mostram o senador Jucá sugerindo que uma "mudança" de governo poderia resultar em um pacto com o Supremo Tribunal Federal (STF) para frear investigações da Operação Lava Jato. Jucá negou que tenha tentado obstruir as investigações e criticou a Folha por publicar “frases soltas dentro de um diálogo”.

Meta fiscal

Durante a sessão do Congresso, em defesa da aprovação de uma proposta de revisão da meta fiscal, Romero Jucá informou que o está em discussão é uma mudança de paradigma, de posição e a diferença de um governo atrasado que enganava a população.

Segundo ele, o governo da presidenta afastada Dilma Rousseff deu um golpe nas últimas eleições, quando mentiu, quando imputou a Aécio Neves e a Marina Silva e a outros candidatos aquilo que faria depois . “O golpe foi eleitoral, da mentira nas urnas. Não foi a ação da Constituição e do Congresso Nacional”, acrescentou, em resposta às críticas de aliados de Dilma ao processo de impeachment.

O senador disse ainda que a meta fiscal de R$ 170,5 bilhões é um número realista, responsável e que tira da conta de um superávit fantasma que o governo anterior propôs contando com criação de impostos, entre eles a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

Conforme Jucá, a aprovação da nova proposta permite retomar investimentos como a transposição do São Francisco com as adutoras de água do Nordeste, além da conclusão de obras de estradas e mais recursos para a saúde.

Agência Brasil


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