PIAUÍ

Justiça toma depoimentos de testemunhas no estupro coletivo do Piauí

Terminou no início da tarde desta quarta-feira (24) a audiência no Fórum de Castelo do Piauí para ouvir 18 testemunhas de defesa e três de acusação no caso de estupro coletivo, que resultou na morte de uma jovem de 17 anos, segundo o promotor Cesário Cavalcante.

“Eles colocaram [as testemunhas de defesa] mais para dizer que não estariam no local, para ter um álibi”, disse o promotor.

As três vítimas serão ouvidas amanhã, em Teresina, de acordo com o promotor. Ao longo desta semana outras pessoas foram ouvidas, começando, na segunda-feira (22), pelo adulto Adão José de Sousa, que está preso. Ele foi ouvido como testemunha de acusação no caso dos menores.

“Ouvimos na comarca de Altos (PI), porque ele está preso na Casa de Detenção de Altos [a 38 quilômetros de Teresina]. A gente não quis trazer ele para cá por causa do clamor na cidade. Achamos por bem ouvir ele lá como testemunha do processo dos menores”, disse Cesário.

De acordo com o promotor, a Justiça ouviu ontem (23) seis testemunhas na cidade de Campo Maior (PI): dois policiais que encontraram as motos usadas pelas vítimas, a enfermeira do hospital onde foram socorridas e três conselheiros tutelares que acompanharam os depoimentos dos menores, também em Campo Maior.

O promotor explica que as audiências correm em segredo de Justiça, o que permite apenas a presença do juiz, promotor e dos defensores dos menores. Cavalcante disse ainda que devido ao apelo do caso, a presença dos menores foi dispensada das audiências. “O normal é que os réus estejam presentes na audiência, mas dado ao clamor [público], a gente achou por bem os menores não comparecerem”, acrescentou.

“A polícia já entregou todos os exames, as perícias de estupro, de lesão corporal, de DNA. Está tudo concluído dentro do processo. Então, encerradas as oitivas das vítimas vamos para as alegações finais. Na próxima semana a gente conclui as alegações finais da acusação e da defesa, e faz o levantamento das provas”, explica o promotor.

Após análise de todo o material, o processo será encaminhado ao juiz para que sejam dadas as sentenças. “Vamos concluir o inquérito antes dos 45 dias que é o prazo de internação provisória deles”, disse ele.

O crime ocorreu em 17 de maio. Quatro garotas foram amarradas, agredidas e estupradas, depois jogadas do alto de um penhasco. Uma das vítimas, de 17 anos, morreu, uma garota continua hospitalizada e duas tiveram alta. A garota que morrreu, Daniely Rodrigues, teve a face esmagada, lesões no pescoço e no tórax.

De acordo com o delegado de Castelo do Piauí, Laércio Evangelista, os exames de DNA, feitos em Pernambuco, constataram a participação de Adão José e de dois dos quatro menores acusados no estupro coletivo. Os laudos já estão com o Ministério Público, segundo ele.

 

Michèlle Canes
Agência Brasil


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