BAHIA

Lama se aproxima de Abrolhos; Samarco diz que não há provas

A mineradora Samarco, responsável pela barragem de Fundão, no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), no dia 5 de novembro do passado, afirmou que probabilidade de o arquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia, ter sido atingido pela mancha de lama é "muito baixa". A avaliação da empresa foi divulgada após o Ibama e o ICMBio apontarem que os rejeitos de mineração podem ter alcançado a área, que tem uma das maiores diversidades de corais do Atlântico.

De acordo com a presidente do Ibama, Marilene Ramos, ventos fortes registrados na semana passada fizeram com que a mancha que vinha se espalhando na direção sul do litoral do Espírito Santo passasse a se aproximar também do litoral norte, na divisa com a Bahia.

Em nota, a Samarco, cujas donas são a Vale e a anglo­australiana BHP Billiton, respondeu dizendo que tem acompanhado o comportamento da mancha na região marinha e ainda não há comprovação técnica de que o material observado em Abrolhos tenha relação com o desastre de Mariana.

"Existem outros fatores de influência de movimentação de sedimentos na região costeira do Espírito Santo e sul da Bahia, bem como o registro de fenômenos climáticos que ocasionaram, nos últimos dias, a formação de ondas no litoral entre 1,5 m e 2,5 m que provocaram ressuspensão natural de sedimentos outros que não têm relação com o acidente ocorrido na Barragem de Fundão", diz a empresa.

A mineradora afirmou que amostras foram colhidas para avaliação em laboratório. Pesquisadores do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, ligado à Marinha, também foram à região para coletar amostras da água.

A barragem de Fundão despejou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de lama no meio ambiente, o suficiente para encher 24 mil piscinas olímpicas, de 50 metros, de acordo com a mineradora. Só no distrito de Bento Rodrigues, 207 das 251 edificações (82%) ficaram soterradas. Foram identificadas 17 pessoas que perderam a vida no desastre. Duas continuam desaparecidas.

A onde de lama chegou ao litoral do Espírito Santo, a partir da foz do Rio Doce, e passou de 19,3 quilômetros quadrados (km²) para 66,6 km², ou seja, triplicou de tamanho. Segundo um laudo preliminar do Ibama, a lama destruiu 663 quilômetros de rios e resultou na destruição de 1.469 hectares de vegetação.

O secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Spengler, confirmou, na sexta-feira (8), que foram identificadas manchas nas regiões de Abrolhos e Porto Seguro, mas não soube dizer se eram resultado da lama da barragem da mineradora Samarco. 


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