BRASIL

Membros do PCC recebiam mesada em esquema criminoso, aponta força-tarefa da Polícia Federal

Um esquema de pagamento de mesadas a integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi desarticulado pela operação Caixa Forte Fase 2 da Polícia Federal, que em Minas, teve a contribuição da Polícia Civil e do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG). A ação ocorreu em 19 Estados e no Distrito Federal.

A operação ocorre no dia em que o PCC comemora 27 anos de criação da facção e, de acordo com os investigadores, é a maior ação de combate ao crime organizado do país.

Ao todo foram cumpridos 422 mandados de prisão preventiva e 202 mandados de busca e apreensão. Outros R$ 252 milhões foram bloqueados de 252 contas bancárias da organização e durante a operação foram encontrados R$ 6 milhões – parte desse valor em dólares – em Santos, no litoral de São Paulo.

“Era um pagamento de mesada por ter sido transferido para o sistema penitenciário federal. Eles recebem uma quantidade x, 2x, ou 3x, a depender da razão pela qual eles foram transferidos para o Sistema Penitenciário Federal. Se eles foram transferidos apenas por ser da facção eles recebem x. Por ocupar um cargo de relevo na facção eles recebem 2x e por ter executado uma missão para a facção como, por exemplo, matar um servidor público, eles recebem 3x”, explicou o coordenador da operação Caixa Forte, Alexsander Castro.

Em Belo Horizonte, um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa de um homem que seria integrante da facção e já teria passado pelo Sistema Prisional. A ação ocorreu no bairro Teixeira de Freitas, no Barreiro, mas o suspeito não foi encontrado e está foragido.

Dos 422 mandados de prisão expedidos pela Justiça, 179 são para pessoas que já se encontram no Sistema Prisional.

O setor de ajuda

De acordo com a investigação, membros do PCC eram premiados ao entrar no Sistema Prisional de acordo com a relevância do motivo que os levaram a serem presos. Os pagamentos eram controlados por uma área da facção, conhecida como o “setor de ajuda”.

Os valores eram tabelados e depositados em contas de laranjas – geralmente familiares dos presos, mas podiam ter pessoas externas que emprestavam a conta para os depósitos-. O esquema foi descoberto pela Polícia Federal ainda na fase um da operação, deflagrada em 2019 e a investigação encontrou indícios de que ele ocorria, pelo menos, desde janeiro de 2018.

“Era exatamente a utilização de contas de laranjas onde são feitos depósitos pulverizados que, depois de reunidos, vão sendo canalizados para outras contas, em uma movimentação com um menor número de pessoas. Dessas contas, a gente identificou que havia saída de recursos para outras contas que posteriormente foram identificadas como as contas do setor da ajuda, que faz o pagamento para os membros do alto escalão da facção”, destacou Coordenador da operação, Alexsander Castro.


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