PIAUÍ

Menor condenado por estupro em Castelo é assassinado

Um dos quatro adolescentes sentenciados pelo crime contra quatro jovens de Castelo do Piauí foi assassinado pelos demais dentro do Centro Educacional Masculino, para onde foram transferidos na última terça-feira. A vítima é o garoto de iniciais G, de 17 anos, que delatou os demais para a polícia.

Ele foi morto de forma semelhante com que uma das adolescentes foi morta após o estupro coletivo, com vários golpes na cabeça. O garoto ficou com o rosto completamente desfigurado e fraturou o crânio. Socorristas do SAMU foram acionados e encontraram o menor ainda com vida, mas ele não resistiu e faleceu ainda no CEM.

Os outros três menores, também sentenciados pelo crime em Castelo do Piauí, teriam confessado participação no assassinato do rapaz.

Os quatro meninos estavam no CEM mantidos juntos justamente para evitar que fossem retaliados por outros internos. Outros internos chegaram a ameaçá-los de morte caso fossem colocados no alojamento comum.

Anderlly Lopes, Diretor de Atendimento Socioeducativo da Sasc, informou em entrevista ao programa Bom Dia Meio Norte que até o momento em que foram transferidos para o CEM, os adolescentes não esboçaram qualquer reação ou comportamento diferenciado que pudesse levar às suspeitas de que o assassinato fosse praticado. "São lobos em pele de cordeiro", disse, ao comentar o comportamento dos jovens.

O secretário da Sasc Henrique Rebelo disse que foram tomadas todas as medidas de proteção aos garotos, já que os demais internos fizeram um forte protesto contra a ida dos menores para o CEM. "Eles foram colocados em uma ala apropriada, e manifestaram o interesse de permanecer juntos, já que os demais recusavam a recebê-los. Eles informaram que estavam cientes e desejosos em ficar juntos, mas não imaginávamos que os mesmos tivessem esse grau de periculosidade, no sentido de que pudessem se engalfinhar e terminar nesta situação. São jovens extremamente complicados", disse Rebelo.

Agora os adolescentes deverão ser encaminhados para outras unidades do Estado. Por enquanto eles voltarão ao Centro Educacional de Internação Provisória (Ceip).

O juiz Antônio Lopes, da 2ª Vara da Infância e a Juventude, acompanhou todo procedimento durante a madrugada. "Há um entendimento geral de que lá no CEM, se colocados com os demais, eles matariam estes adolescentes. E o que fizemos? Procuramos um dos melhores e mais seguros alojamentos, mas infelizmente mesmo lá três dos quatro mataram o mais velho. Então, onde colocá-los é difícil", ressalta.

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