BRASIL

Movimentos sociais se unem contra impeachment

Diversos movimentos sociais e centrais sindicais se uniram em uma ampla frente de esquerda para protestar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff na próxima quarta-feira 16 em São Paulo. O ato acontecerá no vão do Masp, na capital paulista e sua convocação foi oficializada nesta quinta-feira 10 em coletiva à imprensa.

"É a maior unidade da esquerda brasileira desde o impeachment de Fernando Collor", destacou o presidente da CUT, Vagner Freitas. Participaram da convocatória, além da Central Única dos Trabalhadores, as centrais CTB e Intersindical e os movimentos MST, MTST, Conen e UNE. A manifestação também será contra o ajuste fiscal e pelo Fora Cunha.

Gilmar Mauro, do MST, destacou que os grupos têm muitas diferenças, mas se reuniram em torno dessa pauta porque "os movimentos não formam covardes". "Vamos para as ruas porque esse é o nosso país e a democracia foi conquistada com sangue de muita gente", afirmou.

Para a presidenta da UNE, Carina Vitral, é essencial que os movimentos não abaixem as bandeiras do dia a dia em função da posição contrária ao impeachment. "Quando a crise passar, nós temos certeza que serão as forças dessas bandeiras que podem desencadear mais avanços sociais e dar mais fôlego para novos direitos", opinou.

Guilherme Boulos, do MTST, resgatou o programa econômico apresentado pelo PMDB, chamado "Uma Ponte para o Futuro", para visualizar como seria um eventual governo do vice-presidente Michel Temer. "[O programa] traz uma série de retrocessos, ataca os direitos dos trabalhadores, e nos leva a um cenário anterior ao da Constituição de 1988. Isso nos coloca – como esquerda e representantes de movimentos populares – numa posição contrária a esse impeachment", protestou.

"O impeachment sem base jurídica, motivada pelas razões oportunistas e revanchistas de Cunha, é GOLPE", aponta trecho da nota convocatória. Outro ponto do texto diz: "Entendemos que ser contra o impeachment não significa necessariamente defender as políticas adotadas pelo governo. Ao contrário, as entidades que assinam este manifesto têm lutado durante todo este ano contra a opção de uma política econômica recessiva e antipopular".


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