PERNAMBUCO

Nova droga, nbome chega a Pernambuco e coloca polícia em alerta

A Polícia Civil realizou, na madrugada do último domingo, a primeira apreensão de nbome em Pernambuco. A droga é uma variação do LSD (ácido lisérgico), só que mais barata e com maior potência, e foi sintetizada pela primeira vez na Alemanha, em 2003. Os policiais do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) apreenderam com o desempregado Pablo Vinícios Barbosa Borges, 25 anos, 396 micropontos de nbome, que seriam vendidos a R$ 40 cada. O entorpecente seria comercializado em uma rave que aconteceu na madrugada de domingo, no município de Igarassu, no Grande Recife. Com Pablo, os policiais também encontraram 46 comprimidos de ecstasy, além de pequenas quantidades de LSD, haxixe, skunk e maconha. O desempregado foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e encaminhado ao Centro de Triagem e Observação Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, também na Região Metropolitana.

Gestor do Denarc, o delegado João Leonardo Cavalcanti demonstrou apreensão quanto à chegada do entorpecente no Estado. “O nbome é vendido como se fosse LSD. Os usuários acham que estão consumindo uma droga, mas na verdade é outra, com um poder bem maior de atuação sobre o sistema nervoso central”, comenta. Assim, como o “doce” – como é conhecido o LSD entre os usuários – a “nova” droga provoca alucinações e dá a sensação de que cores e sons têm mais vida. Por outro lado, aumenta pressão arterial e frequência cardíaca, além de provocar falta de coordenação motora em quem está usando. “Já houve inclusive um caso de morte registrado no Brasil devido à ingestão de nbome”, diz o delegado, numa referência ao estudante paulistano Victor Hugo Santos, 20 anos, que morreu afogado em uma piscina durante festa no Velódromo da Universidade de São Paulo (USP), em setembro de 2014. O laudo da polícia paulista apontou que o jovem tinha ingerido a droga e, desorientado, se afastou do grupo com o qual estava, e caiu na piscina.

O desempregado preso com a droga em Igarassu já tinha passagem no sistema penitenciário também por tráfico de entorpecentes, e morava no bairro de Rio Doce, em Olinda, no Grande Recife. A polícia não descarta a possibilidade de ele fazer parte de um grupo maior, responsável por abastecer boates e raves da Região Metropolitana com drogas sintéticas, além de haxixe e skunk. “Já existe outra investigação em curso e pode ser que em breve tenhamos um desfecho positivo”, afirma.

Segundo João Leonardo Cavalcanti, a droga entra no Brasil vinda de países da Europa, como Alemanha e Portugal, e da África, como Nigéria e Cabo Verde. “Mas existe a possibilidade de a produção já acontecer no Brasil”, completa.

Jornal do Commercio 


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