O Conselho de Segurança da ONU pediu um "cessar-fogo humanitário imediato e incondicional" em Gaza, em comunicado que foi criticado tanto por israelenses quanto por palestinos.
A sessão de emergência do Conselho apoiou um comunicado redigido por Ruanda, que ocupa a presidência rotativa do grupo, pedindo a interrupção das hostilidades durante o feriado islâmico do Eid al-Fitr, que marca o fim do mês sagrado do Ramadã.
No fim de semana, tréguas foram oferecidas tanto por Israel quanto pelo grupo palestino Hamas, mas as operações do Exército israelense e o lançamento de foguetes por militantes palestinos continuaram.
Mais de mil palestinos, a maioria civis, e 43 soldados e dois civis israelenses morreram na ofensiva, iniciada em 8 de julho. Um tailandês em Israel também morreu.
O Conselho de Segurança da ONU pediu uma trégua "duradoura" baseada em uma iniciativa egípcia, segundo a qual o fim das hostilidades abre o caminho para negociações sobre o futuro de Gaza, incluindo a abertura das fronteiras do território.
O comunicado destacou que "instalações civis e humanitárias, incluindo as da ONU, devem ser respeitadas e protegidas" e enfatizou a necessidade do "fornecimento imediato de assistência humanitária à população palestina na Faixa de Gaza".
O representante palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que o comunicado não fez avanços e que era necessária uma resolução formal exigindo a retirada das forças israelenses de Gaza.
"Eles deveriam ter adotado uma resolução há mais tempo, condenando esta agressão e pedindo que esta agressão pare imediatamente", disse.
O representante de Israel na ONU, Ron Prosor, qualificou o comunicado de tendencioso, por deixar de mencionar o lançamento de foguetes por militantes palestinos contra o território israelense.
"Milagrosamente, o texto não menciona o Hamas", protestou Prosor.
Trégua na madrugada
O Exército de Israel informou que um novo ataque de foguete foi realizado na manhã desta segunda-feira. O armamento atingiu uma área no sul de Israel.
Os confrontos na Faixa de Gaza pararam durante a madrugada, segundo o correspondente da BBC em Gaza Martin Patience. Mas, com tantas mortes e tanta destruição, há pouco o que celebrar no feriado do Eid em Gaza, disse ele.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu um cessar-fogo humanitário imediato e incondicional durante telefonema com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, no domingo.
Segundo a proposição do líder americano, uma solução de longo prazo deveria "permitir que palestinos em Gaza tenham vidas normais" e "assegurar o desarmamento de grupos terroristas e a desmilitarização de Gaza".
Israel lançou ataques com o objetivo declarado de interromper o lançamento de foguetes contra Israel pelo Hamas, o grupo islâmico que controla Gaza.
No dia 18, o país expandiu suas operações com uma ofensiva terrestre, justificando-a com o argumento de destruir os túneis construídos por militantes para entrar em Israel.
Apesar das crescentes preocupações com perdas militares, o apoio em Israel à ofensiva segue alto, segundo a correspondente da BBC em Jerusalém Bethany Bell, já que as pessoas veem o país sob ataque.
(do IG)
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.