BRASIL

OPINIÃO: ‘A Filosofia da Diplomacia do Núncio Apostólico’, por Don Michele Perrone

 A despedida de uma pessoa amável para todos nós Brasileiros é sem dúvida um momento de emoção e saudade.

A presença no Brasil, nesses oito anos de Dom Giovanni D`Aniello foi vista como uma figura carismática, como homem de Deus e com um forte sentido de fé vivida com pessoas de todas as classes sociais.

Todos admiram a sua disponibilidade e atenção pela solução de vários problemas sociais e humanos com grande empenho pastoral.

A filosofia da diplomacia para Dom Giovanni é conseguir e defender os valores fundamentais da igreja católica.

Sentir a responsabilidade não como representante de si mesmo, mas da caridade da igreja e com total uniformidade dos pensamentos, ações a pessoa do Papa, como símbolo de unidade católica em todo o mundo.

A sua diplomacia pontifica, foi não só de fazer o bem a igreja católica, mas também pelo o bem da família humana: o bem de cada homem é o valor Cristiano que é parte integrante da nossa igreja.

Como Nuncio Apostólico foi sempre preocupado nas suas principais pregações da fraternidade, e todos constataram a sua presença constante e contínua no povo de Deus, segundo afirma o papa Francisco, que os bispos “precisam ser pastores com cheiro de ovelhas”.

Certamente, não é fácil ser núncio apostólico em um país imenso considerado com dimensões continentais, pois apresenta extensão territorial de 8.514.876 Km2, terra com fortes contrastes sociais e grandes adversidades culturais e com aproximadamente trezentas dioceses.

Durante os oitos anos da sua missão, Dom Giovanni visitou todas as dioceses, incansavelmente, sem medir esforços entre as milhares de distâncias de quilômetros uma das outras com suas particularidades e regiões climáticas diferentes.

O seu encontro de amor e fraternidade com tantos Bispos, Padres, Diáconos e fiéis foi sempre eficiente e gratificante por todos aqueles que desfrutaram dos seus conselhos e sugestões pastorais. Ele sempre foi bem aceito, pela sua capacidade de olhar em todas as pessoas o seu lado positivo, descobrindo a riqueza interior de cada um.

Todas as pessoas que desfrutaram alguns momentos com ele em quaisquer circunstâncias, ficavam admiradas pela sua simplicidade, humildade, sensibilidade e pelo seu modo de ser, agir e de falar. Podemos dizer pela sua simpatia Napolitana que, se manifesta no seu calor humano para todos.

A sua presença como núncio apostólico foi sempre discreta, porém, sempre forte e corajoso em defender a igreja pelos ataques aos  princípios morais da religião católica, das calúnias gratuitas e grosseiras contra a nossa fé e contra o Papa Francisco.

Nestes oito anos de missão no Brasil, ele lutou contra as modernas correntes culturais, inspirados ao hedonismo, individualismo e relativismo ético, que infelizmente pode levar a perda da fé em Deus.

Dom Giovanni estava sempre consciente dos problemas cotidianos, de uma igreja solidária, servidora e missionária, que deve “sair“ a serviço da vida e com atenção as “periferias sociais”, segundo afirmação do Papa Francisco.

Na sua última entrevista, se define como uma Corda de Violão afinada! “Eu sou um violão na mão de Deus, eu sou a corda, se o violão não toca bem a culpa não é dele, a culpa é minha, a corda não está afinada” e assim segue a sua fala pedindo também, que as pessoas rezem por ele para que Deus continue tocando uma boa música nesta nova missão.

Esta corda, sendo tocada com grande sentido divino, foi capaz de “tocar” muitos corações e almas brasileiras.

Dom Giovanni é uma corda de grande valor, que produz uma belíssima melodia ao Senhor, por todo o bem a igreja e ao povo Brasileiro.

Desejo de todo coração, que a sua presença diplomática na Rússia, seja sempre cheia de grandes melodias, bênçãos do Senhor e da nossa mãe Maria.

Esse artigo foi escrito pelo sacerdote e professor italiano Don Michele Perrone e enviado a redação da Revista Nordeste por Marcondes Brito.


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