POLÍTICA

Para Altman, “Política externa está em perigo”

A política externa brasileira corre perigo, alerta o jornalista Breno Altman, diretor do portal Opera Mundi e editor de um blog no 247. "A contraofensiva conservadora espeta garras sobre todas as esferas da sociedade, do Estado e do governo. Seus agentes sentem-se à vontade para encurralar o campo progressista até em setores de pouca dependência parlamentar, como é o caso da diplomacia", afirma ele.

Os veículos de comunicação, afirma Breno Altman, "advogam abertamente" por demandas como o "abandono do Mercosul", o "realinhamento com os Estados Unidos", uma "mudança de atitude em relação ao governo venezuelano" e "resistência à criação do banco de investimentos dos BRICS". "A novidade dos últimos meses é a expressão de vozes que desejam, de dentro para fora, enterrar a política externa em curso desde 2003", destaca.

Para ele, "o Palácio do Planalto resiste à pressão, como expressa o importante acordo firmado com a China no mês passado. Mas operações de sabotagem são crescentes". Alguns exemplos são as recentes declarações de Mangabeira Unger, chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, propondo que o eixo da estratégia brasileira se deslocasse do Mercosul para os Estados Unidos, e laços estreitos que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vem retomando com o FMI.

Em sua avaliação, a presidente Dilma Rousseff não alterou algum dos pilares da política externa brasileira vigente há treze anos, mas "sinais de abrandamento e acomodação começam a despontar". "Se o PT e as demais forças progressistas não disputarem, de forma clara e determinada, as fronteiras deste território, sua reocupação paulatina pelos sabujos pró-imperialistas representará perigo real e imediato", defende o colunista.

Brasil 247


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