BRASIL

Para fortalecer Dilma Rousseff, PT retorna aos redutos eleitorais de Lula

Num esforço para assegurar uma vitória de Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, o PT decidiu trabalhar em duas frentes: estancar a rejeição no Sudeste do País e ampliar a votação no Nordeste, principalmente tomando como parâmetro a redução dos índices de abstenção nos Estados. A ideia é que, com essa estratégia, o partido obtenha pelo menos 50% do número de votos de Marina Silva (PSB) para afastar qualquer possibilidade de derrota da presidente.

O plano petista inclui um esforço intenso em regiões que figuram entre os currais eleitorais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em São Paulo, por exemplo, onde o partido amargou a derrota do ex-ministro Alexandre Padilha, a ordem é fazer uma série de atos em regiões como o ABC paulista, berço político do PT, e a zona leste da capital, tradicional reduto do partido. A maioria desses encontros deve contar com a participação de Lula. A ideia é “reduzir os danos” no estado.

Na região Nordeste, o PT acredita que conseguirá ampliar substancialmente a votação em estados como Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Em Pernambuco, a legenda faz uma previsão otimista. Diz acreditar ser possível chegar a 60% dos votos válidos sem Marina na disputa. Na Bahia, o PT acredita que pode ganhar entre 500 mil e 1 milhão de votos no segundo turno, em comparação com o primeiro.

Além disso, ainda na região Nordeste, o PT também tentará reduzir os índices de abstenção de segundo turno, historicamente na casa dos 25% na região. A ideia do partido é incentivar eleitores a votarem e contar com a colaboração dos aliados nos estados para isso. O PT acredita que pode reduzir a abstenção para algo na casa dos 18%, o que ajudaria a amenizar uma eventual grande derrota no Sudeste do país.

No Rio de Janeiro e em Minas Gerais, o PT pretende pelo menos manter a votação inicial do primeiro turno. Na região Sul, Dilma deve também intensificar sua agenda em estados como o Rio Grande do Sul, para garantir que não perderá terreno para Aécio Neves.

O PT acredita que pelo menos 50% dos votos obtidos por Marina Silva serão destinados a Dilma Rousseff neste segundo turno. A visão do PT é que o voto de terceira via tem uma parcela da classe média e da juventude brasileira. Esse voto de classe média é considerado quase que na sua totalidade perdido. Mas o PT acredita que pode obter uma boa votação entre os eleitores mais jovens, principalmente entre aqueles que não vivenciaram a era FHC. O PT também avalia que pode obter uma boa votação neste segundo turno entre os funcionários públicos.

Polarização na TV

A partir desta semana, o PT vai intensificar um confronto direto na área econômica, fazendo uma comparação entre a política econômica da era Fernando Henrique Cardoso (FHC) e dos governos Lula e Dilma. O partido vai mostrar, na campanha em rádio e TV, os índices de inflação e de crescimento econômico dos dois períodos.

Haverá também uma defesa ostensiva dos programas sociais, como o Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, e do crescimento do poder aquisitivo da população nos últimos 12 anos. O problema que o PT enfrenta, neste momento, é como falar em política econômica de forma mais atraente para o eleitor. Principalmente aqueles com menor nível de escolarização.

A cúpula do PT acredita que as diferenças entre Dilma e Aécio ficarão mais latentes no segundo turno, já que cada um deles terá direito a 10 min de programa eleitoral. Para o PT “será olho no olho” e o eleitor, com dois programas com tempos iguais, teria mais condições de diferenciar o conteúdo programático do PT com o do PSDB. O partido também aposta alto nos debates televisionados que serão realizados neste segundo turno.

(do iG)


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