BRASIL

Pernambuco é um dos estados nordestinos que mais cresce economicamente

Pernambuco e Ceará estão entre os três estados que mais ajudaram a economia da região Nordeste crescer com taxa superior à da economia brasileira, isso desde 2002. Em contraponto, o Piauí encontra-se em 23º lugar no ranking de PIB dos estados brasileiros, ainda apresentando baixa contribuição regional e nacional. Continuando a segunda parte do caderno especial sobre o desenvolvimento econômico nordestino, a Revista NORDESTE conversou com especialistas da área para mostrar um pouco da evolução desses três estados e qual o saldo do desenvolvimento deles para o Brasil. 

Enquanto a economia brasileira não vê estabilidade certa para 2014, com expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) oscilando desde o fim do ano passado, o Nordeste se mantém além do país quando se trata de crescimento. Em 2012, o PIB da região teve uma expansão maior que o triplo da média do Brasil. Em 2013, os estados nordestinos juntos alcançaram uma evolução de 2,1%. Os números também refletem na melhoria das situações econômicas das famílias nordestinas. Nesse tempo de crescimento, a classe A saiu de 5% para 9%. Já a classe média apresentou um acréscimo de 20 pontos percentuais, apresentando 42% dos habitantes.

“A economia da região Nordeste vem crescendo, desde 2002, a uma taxa superior à da economia brasileira. Em 2012, enquanto o PIB brasileiro cresceu apenas 0,9%, o PIB dos três principais estados nordestinos – Bahia, Pernambuco e Ceará – cresceram, respectivamente, 3,1%, 2,3% e 3,7%. Entre 2011 e 2012, por exemplo, o PIB per capta do Nordeste cresceu 35,43%, enquanto o do Brasil evoluiu 26,75%”, informa a professora de economia da União Metropolitana para Desenvolvimento da Educação e Cultura (Unime) na Bahia, Almerinda Gomes.

A professora de economia afirma também que, segundo estimativas de índices de potenciais de consumo do IPC Marketing, o consumo da região representará em 2014 19,48% do consumo nacional. Desde 2008, esta fatia ultrapassou a da região Sul, colocando o Nordeste em segundo lugar no ranking nacional, perdendo apenas para o Sudeste, cuja participação no consumo brasileiro vem caindo ao longo dos anos (representava 55,79% há 10 anos e em 2014 vai cair para 49,21%).

Pernambuco: Vocação empreendedora

Cada vez mais a atenção de empresas privadas e multinacionais está voltada para o Nordeste, que nas últimas décadas vem atraindo fortes incentivos fiscais e mão de obra. Em pouco tempo, a região passou de produtor de bens tradicionais a fabricante de produtos de base tecnológico, como equipamentos de irrigação, aços especiais, produtos petroquímicos e automóveis. Pernambuco é um dos estados da região que apresenta um dos maiores índices de rendimentos. Com a instalação do Complexo Portuário de Suape, os investimentos vêm crescendo mais ainda na região. Além disso, o estaleiro Atlântico Sul e a instalação da fábrica da Fiat na cidade de Goiana estão criando uma forte zona de investimentos. 

Nas últimas décadas, o estado se tornou a 10ª economia do Brasil, participando com 2,4% do PIB nacional. Nos últimos anos, o estado tem crescido acima da média do Nordeste e do país. Em 2013, por exemplo, apresentou o percentual de 3,5%, enquanto o país pontuou em 2,5%. Em 2014, a expectativa de crescimento está entre 3,5% e 4%.

Os investimentos privados do estado entre os anos de 2011 e 2013 somam aproximadamente R$ 22,9 bilhões e para os próximos anos a expectativa é de R$ 27,9 bilhões. Segundo a Secretaria de Planejamento e Gestão de Pernambuco, as principais atividades privadas são industriais com destaque para o setor petrolífero e automobilístico.

“O ambiente econômico e social que conseguimos criar em Pernambuco tem se mostrado atraente para muitos empreendedores. Citamos como exemplo as novas cadeias produtivas que estão chegando: bens de consumo; petróleo, gás, naval e offshore; energias renováveis; automóveis; e fármacos. São as fábricas de alimentos, como Mondelez (ex-Kraft Foods), BRF e Nissin; o polo cervejeiro, com a Itaipava, a Ambev e a Brasil Kirin; a Refinaria Abreu e Lima e a PetroquímicaSuape; os estaleiros Atlântico Sul e Vard Promar; as plantas de produção de equipamentos eólicos, como a Impsa; a montadora da Fiat e seus sistemistas; a Hemobrás e a Novartis, entre outras”, conta o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Márcio Stefanni Monteiro.
 

(Veja a reportagem especial completa na edição n°91 da Revista Nordeste,  à venda em todas as bancas do país)


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