BAHIA

Petrobras venderá 16 campos terrestres no Recôncavo baiano

Dois polos de produção de petróleo, com sete e nove campos cada um, foram selecionados pela Petrobras para a venda, na Bahia, para produtores independentes, na primeira operação do tipo a ser feita diretamente pela empresa no país. Trata-se dos polos de Buracica, situado na região dos municípios de Catu e Alagoinhas, e Miranga, na região de Pojuca – ambos no Recôncavo baiano. Em todo o país, serão vendidos dez polos, envolvendo um total de 98 concessões de produção, além de seis blocos exploratórios, somando 104 concessões terrestres.

No total, os dez polos a serem vendidos pela Petrobrás em cinco estados (além da Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe e Espírito Santo) produzem, aproximadamente, 35 mil barris/dia. A produção de óleo estimada pela Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip) para os dois polos baianos é de cerca de 10 mil barris por dia.

"O bom é que foram selecionados campos que, embora antigos, ainda representam uma boa margem de produção, inclusive de gás natural, como é o caso de Miranga", diz o secretário-executivo da Abpip, Anabal Santos Jr. "Não são os mais produtivos, mas também não se trata de nenhum fundo de tacho ou só o osso", acrescentou.

 

Edital

Os produtores independentes focam agora as atenções nos detalhes do edital de licitação, ainda a ser lançado pela estatal. "Queremos saber maiores detalhes, como se as empresas podem formar consórcio para participar, quais as condições de compra do petróleo pela Petrobras, preço mínimo, etc.", frisa Anabal Jr.
Já o geólogo Antônio Rivas, que foi dirigente da Petrobras na Bahia e atualmente é um dos pequenos acionistas da empresa, teme que as empresas privadas acabem não investindo tanto nos campos, apenas produzindo e vendendo, com desemprego de terceirizados, "até mesmo por conta dos baixos preços do petróleo no mercado internacional", como frisa Rivas.

"Alega-se que a Petrobras deve vender os campos que ela já não está investindo tanto, mas há risco de a empresa apenas perder patrimônio para as empresas privadas que podem acabar também não investindo tanto, diante do desempenho do petróleo na conjuntura global, sem gerar, portanto, resultados para a economia local mais significativos que os que a Petrobras já apresenta hoje", explica, concluindo: ""Pode ser que estejamos apenas trocando seis por meia dúzia, com o agravante de que as empresas privadas podem demitir em escala maior". 

 

Joyce de Sousa
A Tarde


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