BRASIL

PMDB faz jogo duplo com Dilma e Aécio

Enquanto o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), encena apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, a maior parte do PMDB do Estado tem trabalhado para montar o palanque do adversário tucano na corrida presidencial, o senador Aécio Neves (MG).

As duas posições se tornaram explícitas a partir desta semana com o discurso adotado por Cabral defendendo a participação do PMDB na campanha à reeleição de Dilma.

No entanto, as declarações de Cabral, na avaliação de colegas do próprio partido, servem para causar ainda mais desgaste à candidatura petista ao governo.

Isso porque o governador tem buscado reforçar a imagem de coerência do PMDB e acusa o PT do Rio de traição, já que o partido fez parte dos dois mandatos do governador até o início deste ano e rompeu com o objetivo de lançar a candidatura do senador Lindberg.

Neste contexto, os peemedebistas fluminenses estão dispostos a apostar neste discurso duplo até a convenção estadual do partido marcada para junho.

“Nossa defesa é pela saída do PMDB do governo federal. Queremos estar no governo com outro partido. Já existe um setor significativo do PMDB do Rio engajado na campanha de Aécio Neves e tenho certeza que essa tese deverá ser aprovada na convenção estadual do partido. São candidatos a deputados federais, estaduais, são prefeitos e vereadores do PMDB que já assumiram o compromisso com Aécio”, explicou o deputado federal Leonardo Picciani (PMDB-RJ).

As declarações de Cabral de apoio a Dilma tiveram início após o encontro dele com a presidente no Palácio da Alvorada na semana passada, do qual participaram também o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o pré-candidato peemedebista ao Palácio da Guanabara, sede do governo local, Luiz Fernando de Souza, o Pezão.

Cabral, que ainda amarga o desgaste de ter sido alvo principal das manifestações no Rio, veio a público dizer que “o PMDB do Rio é de Dilma Rousseff e Michel Temer [vice e presidente nacional da sigla]”, apesar do “erro do PT” de lançar a candidatura do senador Lindberg.

No encontro, diante dos três, Dilma procurou se descolar da candidatura de Lindberg dizendo que se tratava de uma aposta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além de adotar o discurso duplo, as negociações dos peemedebistas do Rio com os tucanos não cessaram, apesar da conversa com Dilma, inclusive com a participação de Pezão e de Paes.

(do site iG)


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