MARANHÃO

Produtores do cerrado maranhense buscam certificação internacional da soja

As novas práticas agrícolas, que incluem a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), empregadas em algumas fazendas do cerrado maranhense, são alguns dos itens que estão sendo avaliados pela Associação Internacional de Soja Responsável, que tem a atribuição da certificação.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Sagrima), Cláudio Azevedo, informou que a ILPF é integrante do Programa de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). “Além desse sistema, também estão sendo praticadas, no Maranhão, outras novas tecnologias nos moldes do ABC, tais como recuperação de pastagens, aquisição de animais, correção do solo e práticas conservacionistas, que visam diminuir a emissão de gás carbônico, compromisso assumido pelo governo federal”, explicou Cláudio Azevedo.

Ele informou ainda que a Sagrima é coordenadora do Grupo Gestor Estadual que está incentivando o ABC no Maranhão e que está prevista para o período de 24 a 26 de setembro, a realização de uma oficina para elaboração do plano estadual de Agricultura de Baixo Carbono. “Dentre as diretrizes do ABC, foram definidos sete polos do cerrado maranhense, composto por 28 municípios, para realização de ações relativas à agricultura de baixa emissão de carbono”, disse Cláudio Azevedo.

A certificação internacional da soja está sendo conduzida pela Fundação de Apoio ao Corredor de Exportação Norte (Fapcen), composta por produtores do cerrado maranhense, que, em parceria com as instituições IDH, da Holanda e Solidaridad, do Brasil, iniciaram em 2012 um trabalho de conscientização dos produtores, incentivando a prática da agricultura inteligente, tendo como meta a sustentabilidade, por meio da preservação do meio ambiente.

Atualmente estão se preparando para receber a certificação as fazendas do grupo Risa, que possui 46 mil hectares de plantio de soja na região sul do Maranhão e sudoeste do Piauí e também a Fazenda Santa Luzia, localizada em São Raimundo das Mangabeiras.

A Fazenda Agroserra, de São Raimundo das Mangabeiras, foi a primeira a receber a certificação internacional da soja.

A Associação Internacional da Soja não tem fins lucrativos e é fundamentada no cooperativismo global, hoje sustentado por mais de 150 membros, que definiram um padrão de produção, com 98 indicadores baseados em cinco princípios: cumprimento legal e boas práticas empresariais, condições de trabalho responsáveis, relações comunitárias responsáveis, responsabilidade ambiental e práticas agrícolas adequadas.

Apenas 3% da soja produzida no mundo é certificada de acordo com algum padrão para promoção de uma produção mais responsável, segundo estudo divulgado pela KPMG International, multinacional de consultoria.

O proprietário do Grupo Risa, José Antônio Gorgen, acredita que no próximo ano a empresa deve ser certificada internacionalmente. “Com essa certificação, o nosso produto terá um maior valor agregado”, avalia.


Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Recomendamos pra você


Receba Notícias no WhatsApp