BRASIL

Protestos e pedidos de diálogo ampliam divisões na Venezuela

À medida que os protestos violentos na Venezuela alienam os moderados na oposição e não dão sinais de derrubar o presidente Nicolas Maduro, o apelo do líder socialista para negociações está aprofundando as divisões entre os seus rivais. A pior agitação civil do país em uma década já matou ao menos 20 pessoas, incluindo partidários dos dois lados e membros das Forças de Segurança, desde o início do mês passado. Dia após dia, milhares de militantes da oposição marcham pacificamente em cidades de todo o país, exigindo mudanças políticas, o fim da alta inflação, da escassez de alimentos nos supermercados e de uma das maiores taxas de homicídio do mundo.

Em seguida, todas as noites, militantes encapuzados surgem em torno da praça ao leste de Caracas atirando pedras e coquetéis molotov, entrando em confronto com a polícia e transformando um dos bairros mais ricos da capital em um campo de batalha. A violência está alimentando as tensões dentro da oposição, com os moderados temendo que os conflitos saiam fora de controle e prejudiquem a luta por uma mudança política pacífica no futuro.

Maduro parece ter resistido ao pior período de manifestações nas ruas até agora e está oferecendo repetidamente para negociar com a oposição, criando um novo dilema para seus líderes. Até agora, eles impuseram condições difíceis para qualquer discussão, dizendo que se recusam a fazer parte de uma "oportunidade de foto" e dizem temer que o governo não tenha a intenção de combater problemas como a corrupção, a impunidade e a situação dos prisioneiros políticos.

A coalizão de oposição Unidade Democrática afirmou na sexta-feira que só iria sentar-se para dialogar com Maduro se a reunião fosse mediada por alguém "de boa fé" e transmitida ao vivo. "Estamos cansados de violência. Todo mundo está sendo atacado", afirmaram em um comunicado. "Nós estamos mostrando as nossas cartas para o público. (Queremos) diálogo verdadeiro, uma agenda clara e igualdade de condições."

iG


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